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Revogação de aborto nos EUA resulta em "caixas de adoção"; entenda

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Suprema Corte americana mudou entendimento sobre aborto no país  |   Bnews - Divulgação Reprodução/BBC

Publicado em 04/12/2022, às 17h59   Redação BNews



O fim do direito constitucional ao aborto, estabelecido por uma decisão da Suprema Corte americana de junho deste ano, tem ocasionado a prática das chamadas "caixas de adoção". Elas existem em todos os Estados americanos, permitindo que pais e mães abandonem seus bebês anonimamente em locais designados logo após o parto, sem ter que prestar contas à Justiça.

As tais caixas podem ser encontradas em alguns hospitais e Corpo de Bombeiros de alguns locais, como em Carmel, no Estado de Indiana. Elas fazem parte do movimento do refúgio seguro, há anos estreitamente vinculado ao ativismo antiaborto. O sistema oferece a mães desesperadas uma maneira de entregar seu recém-nascido para adoção de modo anônimo —com isso, segundo seus defensores, evitando machucar, abandonar ou mesmo matar as crianças.

Todos os 50 estados americanos têm leis de refúgio seguro que visam a proteger contra acusações criminais as mães que entregam seus bebês para adoção. A primeira medida desse tipo, conhecida como a lei Bebê Moisés, foi aprovada no Texas em 1999 depois de várias mulheres terem abandonado recém-nascidos em latas ou caçambas de lixo.

Nos últimos cinco anos, mais de 12 estados aprovaram leis permitindo a instalação ou ampliando opções de refúgio seguro.

Foi a morte de um recém-nascido que impulsionou Heather Burner a se tornar uma defensora das caixas de adoção. Mais de uma década atrás, ela trabalhava como enfermeira pediátrica no pronto-socorro de um hospital da cidade de Phoenix, no Arizona.

"Uma jovem de 15 anos deu entrada no hospital se queixando de dor abdominal. Depois que seus sinais vitais foram verificados, ela foi ao banheiro. Ela deu à luz ao bebê sozinha e o colocou na lata de lixo. Cerca de 20 minutos depois, uma funcionária o encontrou. Tentamos salvá-lo, mas não tivemos sucesso."

"Foi muito traumático", diz Heather. Diretora do programa Arizona Safe Haven e diretora executiva da National Safe Haven Alliance (NSHA), Heather calcula que 4.687 bebês foram "entregues" ao serviço no país desde 1999.

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