Na Sombra do Poder: Rui Costa em dia de galã, anão contra corrupção e muito mais

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Anões do Orçamento fez 20 anos, mas ainda é um episódio lembrado com certa recorrência. Que o diga o governador Rui Costa que demonstrou espanto por ter visto, pela imprensa, a presença de um dos protagonistas da CPI nas manifestações do dia 15 de março. "Eu vi gente que foi cassado na CPI do orçamento vestido de verde e amarelo passeando na rua e gritando contra a corrupção", constatou Rui.

Cassado pela CPI não teve ninguém nas ruas arrotando moralidade, a não ser um político que chorou durante depoimento em que negou sua participação no esquema de fraudes na Comissão de Orçamento do Congresso Nacional. Esse, é bom lembrar, conseguiu se safar.

Tímido, o governador Rui Costa (PT) tem que lidar com outra questão que vai além da gestão do 4º maior estado do país: o assédio. Durante visita ao Odontomóvel, no Bairro da Paz, na manhã desta terça-feira (17), ouviu algo surpreendente do mulheril quando se despedia de uma das salas de atendimentos: ‘quero cheiro no cangote’. Enquanto seus auxiliares riam, Rui fez cara de paisagem e seguiu o seu périplo pelo espaço.

Integrantes do Democratas estão insatisfeitos com ACM Neto por ter colocado de baixo do braço a ideia de fundir o seu partido com o partido do senador Fernando Collor. Neto tem tricotado mais com os caciques do PTB do que com o DEM. ACM Neto acha fácil convencer para abraçar a empreitada os aliados da "velha guarda" e os "menudos".

A exemplo do PDT, outra legenda que tenta sustentar no âmbito estadual postura ambígua é o PSD. Enquanto o senador Otto Alencar e o deputado Alan Sanches fazem questão de dizer e repetir a fidelidade ao governo Rui Costa, o vereador Duda Sanches está cada vez mais perto do prefeito ACM Neto. O edil, que se diz independente, marcou presença na reunião dos governistas com o gestor soteropolitano. Resta saber até quando durará, desta vez, a paciência de Rui Costa, que já deixou claro que não aceitará um pé lá e outro cá.

O vereador Leo Prates (DEM) está cada vez mais imbuído em sua missão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Anunciou que vai voltar às salas de aulas para estudar Direito.  E realmente vai precisar. A oposição já se posiciona para o ingresso de Ações Diretas de Inconstitucionalidade em alguns projetos do Executivo, como o caso das adequações do Plano Plurianual e do PDDU.

O que vem chamando a atenção desde o seu retorno a Câmara de Vereadores de Salvador é o posicionamento de Kátia Alves (DEM). Sempre sentada nas cadeiras cativas da oposição, a demista explicou que a posição é estratégica. "É sempre bom ouvir o que a oposição tem a dizer para poder rebater sobre as ações do prefeito ACM Neto. E independente onde eu sentar sempre estarei com ACM Neto", disse. Apesar de alegarem que a presença da governista não os incomoda, alguns opositores confidenciaram a preocupação em sua nova empreitada. "Vai ouvir tudo o que falaremos".

A fusão do PTB com o DEM é assunto encerrado para o vereador Edvaldo Brito. Pelo menos, por enquanto. No momento em que dirigentes da sigla afirmam que as conversas estão avançadas, Brito vai na contramão. Ao ser questionado pelo líder governista, Joceval Rodrigues, sobre o assunto, o petebista citou um trecho da Bíblia: 'Tudo tem o seu tempo determinado. Tempo de estar calado e tempo de falar'. "Agora meu tempo é de ficar calado", respondeu.

A estada do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acampados na área externa da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), no Centro Administrativo da Bahia (CAB) despertou curiosidade. Os integrantes vendiam souvenires do movimento, de símbolos revolucionários na ilha de Cuba e até mesmo as famosas estrelinhas do PT.

Aliado do presidente da OAB Bahia, Luiz Viana Queiroz, na eleição de 2012, o advogado e ex-presidente da entidade, Dinailton Oliveira, ainda não sabe o caminho que vai trilhar no pleito deste ano. Com grande força política na Ordem, Dinailton garante que não descarta nada. Inclusive, ir para a oposição. É bem verdade, que a ideia de ir para o grupo de Maurício Góes lhe agrada mais do que caminhar com o também ex-presidente da entidade, Saul Quadros.