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Na Sombra do Poder: O Machista da Câmara e o que está por trás do forró na Alba

Juarez Matias, Gilberto Júnior, Roberto Viana
Veja como estão as movimentações dos bastidores da política baiana nesta semana   |   Bnews - Divulgação Juarez Matias, Gilberto Júnior, Roberto Viana

Publicado em 18/06/2015, às 07h50   Editoria de Política (Twitter: @BocaoPolitica)



Sai feminismo entra machismo
Após a reunião da Comissão de Constituição e Justiça desta semana, na Câmara de Salvador, declarações feitas pelo vereador Antônio Mário (PSB) assustaram vereadores e irritaram assessores dos edis, principalmente as mulheres. O socialista, que substitui a feminista Fabíola Mansur na Casa, afirmou que o homem tem que ter duas mulheres. “A mulher fica menstruada e grávida. Nesse período, como a gente fica? Temos que ter uma reserva para essas horas”. O comentário deixou as assessoras dos outros edis indignadas e o vereador Silvio Humberto, presidente do colegiado, insatisfeito com o que foi falado, deu as costas e se retirou da sala.
Arraiá na Alba
A última votação na Assembleia Legislativa da Bahia foi animada ao extremo. De deputados cantando forró no púlpito à parlamentar tocando triângulo e de chapéu de cangaceiro. Só faltou deputado puxando o outro para dançar no meio do plenário. Lembrando que a votação concedeu 60% dos recursos do Estado para forrozeiros e outras manifestações culturais em festas juninas, Carnaval e religiosas.
Descontentamento e forró
Apesar da aprovação e da festa junina com direito a quadrilha comandada pelo deputado Marcelo Nilo (PDT) na Alba, nos bastidores, comenta-se que quem não está nada satisfeito com o novo percentual do projeto na Alba é o governo do estado. Um integrante da administração estadual confidenciou à reportagem do Bocão News: "Acabou o São João da Bahia".
Pé firme
Apesar da liminar da Justiça determinando a suspensão do edital que estabelecia contratos entre a Bahiatursa e municípios baianos para o São João, o órgão manteve a seleção e divulgou 60 cidades contempladas com os recursos. Cerca de 85% delas são de partidos da base do governo estadual e a distribuição de recursos não leva em conta a tradição junina de cada município. Partiu daí a interpelação do Ministério Público argumentando pela falta de critérios objetivos para a escolha dos beneficiados. Uma fonte de dentro do governo conta que quando chega esse período pré-São João, os prefeitos fazem a maior pressão em cima da Bahiatursa querendo recursos para queimarem nas festas. Lembram da história dos municípios sem certidões e que por isso estavam impedidos de celebrar contrato com o governo? Pois bem. Há quem diga que tem gente que chega a falsificar certidão para conseguir o dinheiro extra. Inclusive, existe até processos de apuração de casos assim ocorridos em arraiás passados.
Cabula ou Papuda?
Os tucanos têm contado uma anedota sobre o 5º Congresso Nacional do PT, que aconteceu na semana passada, em Salvador. Dizem eles que, quando um funcionário do hotel sentiu a falta de cadeiras no evento, gritou: “pega cadeira”. Os petistas arregalaram os olhos assustados, porque entenderam: “pega cadeia”. No discurso do governador Rui Costa, a plateia gritou: “Cabula, Cabula”. E os petistas apavorados entenderam: “Papuda, Papuda”. 
O comitê do TK Tower
O imponente prédio localizado na Avenida Magalhães Neto, TK Tower, está mais requisitado do que nunca. Agora, além de clientes que circulam pelas salas comerciais, figuras políticas e empresariais andam realizando assíduas visitas pelo condomínio. Há quem já tenha tido encontros casuais durante as viagens do elevador com parlamentares e 'gente grande' do bussiness. Em cada abrir e fechar de porta, os olhares desconcertados dos novos e poderosos frequentadores tentam fingir uma breve aparição, mas todos acabam fazendo parada obrigatória no mesmo andar.
A movimentação é tão grande que o point TK Tower está com cara de repartição pública. Entre um encontro e outro, conversas sobre investimentos aqui e ali, coligações e quem dá mais ou quem dá menos no jogo político. Este agora, praticado 'disfarçadamente' em um comitê de 20 andares.
Esporte radical
O secretário da Fazenda de Rui Costa está sentindo na pele as dificuldades de manter investimentos que o governador exige e ao mesmo tempo tenta ajustar os gastos na máquina pública. Instado a falar sobre a decisão do governo em conceder os reajustes aos servidores públicos em um ato mais político do que técnico, Manoel Vitório desconversou afirmando que seu chefe é arrojado e queria valorizar o funcionalismo. Mas arrematou: “tem sido um verdadeiro esporte radical”. 
O roda presa de Rui Costa
Nos corredores do Centro Administrativo da Bahia comenta-se sobre a velocidade de Cícero Monteiro. Dizem que enquanto Rui Costa é “correria”, o nobre Cícero é o “roda presa” na estrutura, deixando a equipe em péssima posição na maratona. Segurando tudo.
Leilão
O mundo político baiano não tem visto com bons olhos a forma como o prefeito ACM Neto tem conduzido a sua mudança de partido. Para os aliados, o demista está querendo valorizar o seu “passe”. Primeiro, manifestou desejo de ir para o partido que sairia da fusão DEM e PTB. Em seguida, indicou que iria para a legenda formada da composição PSB e PPS. Agora, fica no “chove e não molha” em relação ao PMDB e PSDB. Aliados advertem: cuidado, prefeito, para não perder o tempo da bola!
Espelho, espelho meu...
É tempo de autovalorização na administração municipal. Depois de ACM Neto declarar que é o melhor prefeito do Brasil, na semana passada, o secretário de Promoção Social, Bruno Reis (PMDB), deixou um evento de inauguração antes de terminar. Por quê? Segundo o secretário, ele iria apresentar a dissertação de mestrado.  O peemedebista faz questão de dizer isto por onde quer que passe. Sabe ele que neste meio político já é raro ser alfabetizado, ser mestre, então...
Tecnologia indomável
O secretário municipal de Infraestrutura, Paulo Fontana, se estranhou com o controle remoto de um aparelho datashow durante a assinatura do prefeito ACM Neto para início das obras de requalificação da orla do Rio Vermelho. Ao tentar avançar uma animação do painel, Fontana disparava três ou quatro páginas adiante. Assessores da prefeitura sopravam pedindo para ele ‘apertar’ o botão apenas uma vez. Não rolou. Vendo o embaraço que parou a apresentação, o prefeito, em um ímpeto, foi quem tomou a indomável tecnologia da mão do secretário e prosseguiu a apresentação do material.
Brincante
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), é um ‘brincante’. Ao ser questionado se sua ida para o PMDB poderia ser inviabilizada por ser comandado por um político de temperamento igualmente forte, Geddel Vieira Lima, Neto disse que eles se entendem bem. Disse que ambos têm palavra e cumprem com os compromissos empenhados. Memória curta a dele.
Quase certo
Em 2014, estava tudo certo para Geddel ser o candidato da oposição ao governo do Estado. Havia a palavra de Neto nas negociações. Entretanto, sem mais nem menos, o peemedebista foi tirado do páreo. Em seu lugar, com o apoio do prefeito de Salvador, Paulo Souto foi lançado o candidato para rivalizar com Rui Costa. Comenta-se por aí que o peemedebista é gato escaldado.
Otimistas
Nem pra mais, nem pra menos. O vereador Kiki Bispo (PTN) começa a bolsa de apostas da siglas para 2016: em conversa na Câmara, afirmou que o PTN, partido que agora abriu o guarda-chuva para o ex-prefeito João Henrique Carneiro, deverá emplacar a mesma quantidade de parlamentares municipais e manter a bancada: cinco.
Soma de um lado, subtração do outro
A equação em que os Sanches poderão migrar de siglas começa a ser resolvida. Quando questionados sobre o assunto, escorregam como quiabos. Um assunto é tido como certo, de acordo com uma fonte dos corredores da Assembleia Legislativa: nenhum dos partidos do governo Alan e Duda deverão seguir. Neste caso restam: PMDB, DEM, PSDB e outros ligados à oposição a Rui Costa. Caso ingressem no grupo de ACM Neto (DEM), Duda ficaria em uma situação mais confortável para 2016, já seu pai, deputado estadual, vai ver o governo lhe virar as costas.
Cabeça na bandeja
Tal qual como nas escrituras bíblicas, muitos estão dançando de Salomé para pedir a cabeça de João Batista na bandeja. O São João da vez é Josias Gomes e o Herodes Antipas, Rui Costa. Diversos deputados estaduais e federais e vereadores de Salvador estão bombardeando com críticas a articulação política dentro e fora do governo do estado. "Todos os sinais estão claros", afirmou uma fonte ao Bocão News. "O reflexo nós vamos ver nas eleições municipais e próximas votações", completou.

Classificação Indicativa: Livre

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