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Na Sombra do Poder: Viradas indigestas

Gabriel Monteiro/SECOM
Os bastidores da política baiana  |   Bnews - Divulgação Gabriel Monteiro/SECOM

Publicado em 28/11/2024, às 05h50   Editoria de Política



Viradas indigestas
Chegou o período de festas de final de ano, a se realizarem em todo o litoral brasileiro. As produtoras e os artistas se programam, assim como os turistas, que guardam suas economias para curtir um merecido descanso. O problema é que, historicamente, na Bahia, uma grande parte das empresas que organizam os eventos têm relacionamentos pessoais com a turma da camisa preta, da calça ajustada, do cabelinho engomado, e esquece de cumprir antecipadamente com as normas ambientais, deixando para pedir as licenças aos 45 minutos do segundo tempo, achando que a turma resolve tudo, em qualquer alçada. Mas, este ano, a informação é que a virada pode ser indigesta, por falta de adequação às novas exigências legais, e não há mais prazo para correções. O Inema e o MP já estão de olho em alguns danadinhos.

In vino veritas
A frase em latim significa “no vinho está a verdade”. Todas as pessoas que consomem vinhos na Bahia sabem que os valores dos produtos em lojas são significativamente mais altos do que os preços pelos quais os vinhos são negociados em grupos de WhatsApp. A NSP recebeu informações de uma fonte ligada à estrutura de investigação e combate à sonegação fiscal de que os administradores e usuários desses grupos estão sendo monitorados há seis meses, com o objetivo de desencadear uma operação que revelará a verdade sobre a origem e o destino dos vinhos comercializados clandestinamente. À sociedade soteropolitana, que recebe suas caixinhas nos suntuosos prédios da Barra, Graça e Horto Florestal: vá devagar, porque a cana é dura!

Madame Calote
Salvador é uma cidade com suas particularidades, e uma das curiosidades está em um grupo de mulheres que se autointitulam socialites. Elas vivem às custas de maridos e amantes, circulando pelos clubes sociais da Bahia, pelo Shopping Barra, navegando de Salvador para a Ilha e frequentando academias, sassaricando com personal trainers. Porém, uma delas não contava com a ira de um dono de salão de beleza, que promete revelar à NSP vários escândalos envolvendo traição, dinheiro e poder na sociedade baiana. Sugere-se que a socialite corra — sem salto alto! — para quitar sua dívida, porque, se a informação chegar à coluna, será revelada tim-tim por tim-tim!

O Segredo de Elmar
Após ser traído pelo seu antigo casca de bala, Arthur Lira, presidente do Congresso Nacional até 31 de dezembro, Elmar Nascimento, hoje considerado um dos mais fortes do Estado em Brasília, guarda um segredo a sete chaves para o ano de 2025. Fontes ligadas ao deputado garantem que esse trunfo levará ele ao apogeu da política baiana em 2026. Muitos apostam que ele se filiará a um partido ligado à base de Jerônimo. Em Brasília, as conversas andam muito quentes e os laços bem estreitos, através de amigos comuns, entre Elmar e o ministro Rui Costa. Entre vinho pra lá e cachacinhas pra cá, os dois têm articulado muito em prol da Bahia. O fato é que o deputado pode, em 2025, pular o Carnaval já em outro bloco e deixar o União Brasil a ver navios.

O terror da transição
As transições entre Moema Gramacho e Débora Régis, em Largo de Freitas, e entre Elinaldo e Caetano, em Camaçari, já deixam apoiadores de ambos os lados de cabelo em pé. De um lado, quem perdeu não quer passar nada e corre para esconder HDs e documentos. Do outro, quem tá pra assumir promete passar uma lupa e patrulhar com lente minuciosa as gestões passadas. O fato é que autoridades do Judiciário já foram acionadas e prometem ter cenas de Ultimate Fighting pelos próximos dias de dezembro. Será um Natal indigesto, um verdadeiro terror da transição.


Divisão?
O início da semana contou com dois eventos políticos de peso em Salvador. De um lado, o PSD tomou conta da Câmara Municipal para homenagear o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, com a medalha Thomé de Sousa. Do outro, o Avante juntou seus prefeitos em um encontro que também contou com a presença da cúpula petista na Bahia: o atual governador Jerônimo Rodrigues e os ex-gestores Jaques Wagner e Rui Costa. Há quem diga que a pompa dos eventos foi uma prévia da disputa por um lugar na chapa majoritária de 2026. A conferir.

Equação da conciliação
A disputa pela União das Prefeituras da Bahia (UPB) vem se afunilando. Com a desistência da prefeita de Taperoá, Kitty Guimarães (Avante), a disputa deve ficar entre os prefeitos de Andaraí, Wilson Cardoso (PSB), e de Ituaçu, Phellipe Brito (PSD). Mais um desafio para a tentativa do governador Jerônimo Rodrigues em manter a unidade de seu grupo político. A disputa pela UPB, prevista para o início de 2025, pode ser o pano de fundo de uma disputa entre Rui Costa, Jaques Wagner e Ângelo Coronel pelas duas vagas na chapa majoritária ao Senado. E é bom abrir os olhos e não duvidar de que Ronaldo Carletto queira embolar ainda mais essa equação.

Livre, leve e solto
Chamou a atenção da coluna a disponibilidade do vereador Isnard Araújo (PL) na reta final de seu mandato na Câmara. Depois de sentar ao lado dos vereadores de oposição, ele saiu falando a torto e a direito que está inclinado às pautas ligadas ao grupo político do governador Jerônimo. Disse, inclusive, que já teria sido convidado a marchar ao lado de Caetano pelas bandas de Camaçari. Embora os colegas tenham franzido a testa com as falas, Isnard fez questão de apoiar a fala de Marta Rodrigues em repúdio a uma professora alvo de racismo religioso. O vereador do PL, que se descreve como cristão e conservador, criticou veementemente o preconceito sofrido pela educadora em uma escola em Camaçari. Vamos ver no que vai dar.

Segure o pacotão
Falando da Câmara, últimos dias da atual legislatura prometem ser recheados de novidades. Um vereador comentou com a coluna que está em negociação a aprovação de diversos projetos que aguardavam tramitação na Casa, o que pode fazer a alegria de quem tem aquela proposta que aguarda há séculos nas gavetas dos gabinetes. Alguns prometem ser bem polêmicos e a NSP já soube de outros que vão dar o que falar. A editoria de Política do BNews que se cuide! 

E essa moleza?
Após se encontrarem em uma pauta, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e o prefeito de Salvador, Bruno Reis, precisaram fazer a 'sala' e posarem juntos para as fotos. No entanto, um momento específico chamou bastante atenção: o aperto de mão 'mole' no cumprimento dos dois adversários. Foi de propósito?


De quem é a culpa?
Com as fortes chuvas na capital baiana, o prefeito Bruno Reis está tendo que lidar com inúmeras críticas da oposição por conta dos deslizamentos e alagamentos na cidade. Inclusive, o político afirmou que a situação não ocorria há muitos anos (colocando seu mandato lá em cima). Mas e agora como fica Salvador?


Cidade de papel
Chuvas intensas registradas em Salvador na última semana de novembro mostraram que a capital baiana não está tão preparada para lidar com períodos chuvosos, diferentemente do que foi propagandeado largamente na última campanha.


Com o pires na mão
Ex-aliados do prefeito Bruno Reis e do ex-prefeito ACM Neto que mudaram de lado em 2022 estão temendo não ter mais a acomodação na esfera estadual. O cenário é de "farinha pouca". 

Bolsonaristas no ringue
Não bastasse o indiciamento de Jair Bolsonaro no inquérito da Polícia Federal que apura a tentativa de golpe de Estado, os seguidores do ex-presidente na Bahia também vivem dias turbulentos. O presidente do PL baiano, João Roma, revelou os nomes de deputados estaduais que foram notificados no processo disciplinar que pode resultar em expulsão do partido. Apesar disso, para Vitor Azevedo e Raimundinho da Jr. o episódio caiu como uma luva, já que os dois querem se desfiliar, embora publicamente digam o contrário. Já para o também citado Diego Castro a situação é mais delicada. O ex-ministro de Bolsonaro acusa o jovem parlamentar de infidelidade partidária por não ter seguido a orientação do partido em Barreiras. 

Vai pegar fogo?
A próxima reunião da Executiva do PL na Bahia deve pegar fogo. O disse-me-disse e a guerra de versões entre o presidente da sigla, João Roma, e os deputados Raimundinho da JR, Victor Azevedo e Diego Castro deve elevar a temperatura da reunião que deve ocorrer na segunda-feira. Roma disse que Raimundinho e Azevedo já tinham comunicado que sairiam do PL e ambos negaram. Sobre Diego Castro, a alegação é que ele não apoiou o candidato do PL em Barreiras. Rapidamente apareceu nas redes sociais o passado esquerdista de Otoniel, do União Brasil, e a "amizade" do denunciante, Comandante Rangel, com o ex-governador Rui Costa. 


Mudança de comando
Se por um lado Adolfo Menezes vem pavimentando sua permanência na presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), a oposição vai precisar escolher um novo líder. Alan Sanches (União Brasil) já tem dito que seu tempo no comando do grupo oposicionista na Casa Legislativa está se encerrando e que não pretende renovar. Três parlamentares vêm surgindo para ocupar o cargo: Tiago Correia (PSDB), Samuel Júnior (Republicanos) e Robinho (União Brasil). A saber.

Martelo batido
Surge como uma bomba na política baiana a formação da chapa de Adolfo Menezes para a gestão da Assembleia Legislativa em 2025-2026: o vice será Rosemberg Pinto. Com isso, começa a bolsa de apostas para quem vai assumir a liderança de governo, que vinha sendo ocupada pelo petista nos últimos anos.

De pés e mãos dados
Quem apostava que o vice-governador Geraldo Júnior, após a derrota para a Prefeitura da capital baiana, ficaria alijado do processo, enganou-se. O vice-governador tem posado constantemente com o Jerônimo Rodrigues e com o senador Jaques Wagner. Após a cirurgia, o senador está de cadeira de rodas e os dois andam de mãos e pés dados, causando muito ciúme em muitos caciques locais.

Classificação Indicativa: Livre

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