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Cavalos e carros avaliados em mais de R$ 1 milhão são apreendidos em operação que investiga ex-deputado

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Segundo a polícia, cavalos e carros estavam em nomes de laranjas, conduta típica de organização criminosa  |   Bnews - Divulgação Divulgação / PC-SP

Publicado em 21/10/2022, às 07h27 - Atualizado às 07h27   Redação


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Três automóveis avaliados em R$ 700 mil foram apreendidos, em Sergipe, durante a segunda fase da Operação Chapelier, deflagrada nesta quinta-feira (20). Também durante a operação, uma cobertura avaliada em R$ 4 milhões, em Aracaju (SE), foi um dos locais de busca, além de um sítio e casas de praia no estado sergipano. Na mesma ação, dois cavalos de raça que custam mais de R$ 1 milhão foram apreendidos em Sorocaba (SP).

As apreensões fazem parte de uma ação policial que investiga crimes que teriam sido cometidos por integrantes do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SindMotoristas), e um dos principais focos é o ex-deputado federal pelo PL de Sergipe, Valdevan Noventa, ex-presidente do sindicato.

De acordo com o delegado Roberto Monteiro, da Polícia Civil de São Paulo, há suspeitas de que Valdevan seja parte da facção criminosa paulista ligada ao narcotráfico que controla os presídios brasileiros. As propriedades alvos de busca e apreensão estavam em nomes de laranjas, conduta típica da organização.

Ainda segundo o delegado, os animais apreendidos estão sob a custódia da Cavalaria da Polícia Militar sergipana. “Na fase um da operação, apreendemos cavalos e fizemos buscas e apreensões. Esses cavalos valiosos estão depositados na Cavalaria da Polícia Militar de Sergipe. Estamos pedindo à Justiça de São Paulo que dê o perdimento definitivo desses animais para que possam incorporar o patrimônio da Polícia Militar de Sergipe. Na segunda fase, dois cavalos de raça de altíssimo custo foram apreendidos em Sorocaba (SP)”, disse.

Para a autoridade policial, Valdevan é líder de uma organização criminosa que atuava há anos no SindMotoristas, cometendo crimes como ameaça, extorsão, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e ocultação de bens e capitais. Estima-se que, por ano, ele e outros diretores do sindicato desviaram pelo menos R$ 100 milhões.

Conforme o delegado, como a Prefeitura da capital paulista fornece subsídio ao transporte coletivo feito pelos ônibus, o esquema afetava os cofres públicos e a população. “Temos um relatório da Receita Federal que tem provas fortes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens por essa organização criminosa que tomou o SindMotoristas. Os recursos ilícitos beiram a casa dos R$ 100 milhões anuais”, pontuou.

O delegado detalhou ainda que, o grupo indicava fornecedores para as empresas de ônibus, como fornecedores de planos de saúde, odontológicos, cestas básicas. “Essas empresas indicadas passavam propinas para a diretoria do sindicato, para a organização criminosa. E as empresas de ônibus eram obrigadas a atender o grupo, sob pena de terem as garagens paralisadas por piquetes e greves", explicou o delegado.

O então deputado, que chegou a ter seu mandato cassado pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), também já foi condenado por abuso de poder econômico, após comprovação que moradores de municípios sergipanos foram pressionados a simular doações ao candidato. A investigação mostrou dezenas de doações de R$ 1.050 feitas em uma mesma agência bancária e em dias próximos.

Sobre essa nova fase, o deputado ainda não se manifestou. A reportagem publicará o posicionamento de Valdevan assim que for enviado.

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