Despejo de usinas falidas de ex-deputado federal mais rico do país ameaça 10 mil pessoas

Famílias sem-terra que ocupam há cerca de 10 anos parte de terras de usinas falidas que pertencial ao deputado federal João Lyra, em Alagoas, estão ameaçadas de despejo, segundo reportagem do jornalista Carlos Madeiro, do site UOL.

Conforme a matéria, pelo menos 3 mil famílias, o que equivale a cerca de 10 mil pessoas, formadas por pessoas de outras cidades e trabalhadores que não receberam salários ou verbas trabalhistas das empresas de Lyra criaram comunidades produtoras de alimentos na área das antigas usinas. No entanto, decisões de desocupação ameaçam a permanência nos locais.

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A massa falida das empresas, por sua vez, argumenta que há diversas ocupações irregulares das terras e, pelo menos desde 2021, sob nova direção, faz pedidos de reintegração de posse. Os sem-terra, que cobram a destinação dos terrenos à reforma agrária, dizem que um acordo firmado com o Estado e as antigas empresas estaria sendo descumprido. 

João Lyra, além de deputado federal, foi um influente empresário em Alagoas. Ele, que chegou a ser o parlamentar mais rico do país na legislatura 2011-2014, morreu em 2021, aos 90 anos, vítima de complicações da Covid-19. 

Após a morte do empresário e ex-deputado, uma disputa se iniciou entre os filhos pela herança bilionária deixada por ele. Entre eles, está, por exemplo, Thereza Collor, ex-cunhada de Fernando Collor. Thereza era casada com Pedro Collor, irmão do ex-presidente e peça chave no processo de impeachment em 1992.

De acordo com a reportagem do UOL, apenas o patrimônio da Laginha Agroindustrial S/A, maior empresa do grupo, é avaliado entre R$ 2 bilhões e R$ 4 bilhões.