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Dómestica em condições análogas à escravidão foi vendida aos 11 anos pelo próprio pai

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Este foi o quinto caso de resgate de trabalhadores vivendo em condições de escravidão em 2022  |   Bnews - Divulgação Divulgação / LeoNeoBoy - Pixabay

Publicado em 02/07/2022, às 15h29   Redação BNews


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A dómestica resgatada de condições análogas à escravidão, no dia 22 de junho, foi vendida para uma família em Recife (PE) aos 11 anos de idade, pelo pai. A mulher trabalhou por 43 anos sem receber qualquer tipo de remuneração ou ter sua carteira assinada. A "empregada" nunca teve direito a férias, folgas ou quaisquer benefícios da Previdência Social.

Com 54 anos de idade, após ser resgatada em operação do MPT, a mulher conseguiu o direito de receber uma indenização no valor de R$ 250 mil divididos em parcelas, após um acordo com a família. Ela está morando com a irmã em Recife.

A informação sobre a venda da vítima para a família empregadora foi repassada nesta pela Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae) da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, em Brasília, sexta (1).

Segundo o governo federal, esse foi o quinto caso de resgate de trabalhadores nessas condições registrado em 2022 no País. Em 2021, ocorreram 31 ações.

Os auditores responsáveis ​​pelo resgate relataram suas conversas com a vítima em um documento, de acordo com a Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo.

No documento, as auditoras informaram que, ao ser questionada sobre a indenização, a mulher disse que a família enviou dinheiro ao pai "momentaneamente". Acrescentou que o dinheiro foi posteriormente chegou a ser trocado por roupas e sapatos, alguns dos quais até usados, além de produtos de higiene pessoal.

A operação de resgate seguiu uma denúncia anônima. Participaram três auditoras da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Pernambuco (SRTE-PE) e integrantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) no estado.

Maurício Krepsky, Chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae) da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, informou como foi realizado o resgate da doméstica, que não pode ter o nome divulgado, na última sexta-feira (01).

"O MPT até pediu autorização judicial para ingresso na residência e o juiz negou. As auditoras que informaram o MPT sobre a situação real e se desenrolaram as tratativas para assinatura do acordo para pagamento das verbas trabalhista", afirmou Maurício Krepsky, ao portal g1.

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