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Investigação aponta relação de morte de ativista com asfixia de autoerotismo em Aracaju

Divulgação/SSP-SE
A análise do caso comprovou que não houve homicídio na morte do ativista Uilson de Sá  |   Bnews - Divulgação Divulgação/SSP-SE

Publicado em 30/12/2022, às 10h52 - Atualizado às 10h52   Cadastrado por Pedro Moraes


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Após a morte de Uilson de Sá Souza, constatada no dia 28 de novembro, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Sergipe (SSP/SE) trouxe o desfecho do caso. Nesta sexta-feira (30), o ofício evidenciou que a causa da morte não envolveu o crime de homicídio, e sim asfixia mecânica. 

De acordo com o delegado Tarcísio Tenório, responsável pela investigação do caso, nenhum material genético de um possível autor do fato foi encontrado, além do da própria vítima. 

Segundo o perito criminal Uilames Fernandes, perito criminal do caso, alguns elementos apontaram que a vítima tinha o hábito de praticar o autoerotismo. Além disso, a perícia ainda estuda a possibilidade de suicídio. 

“Considerando que a própria vítima tenha feito todas essas amarrações, inclusive a que circundava o pescoço, considerando ainda que há elementos que sugere que a vítima era praticante do autoerotismo, os peritos indicam como diagnóstico diferencial do óbito mais provável, asfixia mecânica por constrição cervical provocada por um processo de estrangulamento ocorrido de modo, provavelmente, acidental, não descartando a hipótese de suicídio”, analisou o perito.

A causa do crime foi considerada como asfixia mecânica
A causa do crime foi considerada como asfixia mecânica. Foto: Divulgação/SSP-SE

O corpo da vítima foi encontrado estendido no chão do cômodo da residência, com cintos envoltos nas coxas, assim como torniquetes, além de cabos elétricos enrolados nos braços, pernas, bem como pescoço, individualmente. 

Outros detalhes da cena do fato mostraram que o corpo estava em decúbito ventral, descoberto, com aspectos de estrangulamento. No episódio, a investigação junto a perícia encontraram entre os elementos colhidos, conteúdo erótico, pornográfico e de uso sexual, a exemplo de preservativos e gel lubrificante. 

Mediante uma análise macroscópica, ficou concluído que as características das lesões notadas foram compatíveis com os elementos utilizados nas amarrações e a fusão dessas duas situações tinham "objetivo diverso do de imobilizar a vítima", podendo relacionar-se a práticas sexuais, como masoquismo e o autoflagelo.

O caso

Em resumo, o ativista ambiental Uilson de Sá Souza morreu dentro da própria casa no bairro Santa Maria, na Zona Sul de Aracaju, no dia 28 de novembro, por causa de asfixia por estrangulamento auto-provocado acidentalmente. O corpo do também presidente da Associação de Catadores e Catadoras de Mangaba foi encontrado com as mãos e os pés amarrados. 

A perícia concluiu então que a vítima sequer foi amarrada por terceiros, porém que ela própria realizou amarrações. A investigação concluiu, desta maneira, que não aconteceu homicídio. 

Toda a apuração policial foi conduzida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com laudos emitidos pelos institutos Médico Legal (IML), de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF) e de Criminalística (IC). A investigação foi acompanhada pela Polícia Federal. 

O que é o autoerotismo

O autoerotismo é um método de manifestação do impulso sexual e responde a uma maneira de satisfação no próprio corpo do indivíduo, mas não com outras pessoas ou objetos externos. É o que aponta o 'pai da psicanálise', Sigmund Freud com base no conceito de autoerotismo a partir do psicólogo britânico Havelock Ellis, que indica que trata-se de uma excitação ocasionada dentro do ser e não gerada externamente. 

Classificação Indicativa: Livre

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