BNews Nordeste

Jovens denunciam alunos de curso da PM por injúria racial, homofobia e agressão

Reprodução/Arquivo Pessoal
Em entrevista, jovens afirmaram que foram imobilizados pelos PMs em formação e que sofreram todos os tipos de agressão  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Arquivo Pessoal

Publicado em 30/08/2023, às 09h38   Cadastrado por Daniel Brito


FacebookTwitterWhatsApp

Três jovens acusam alunos do curso de formação da Polícia Militar de Alagoas por agressão, injúria racial, homofobia e ameaça. O caso aconteceu na quarta-feira passada (23), na Praia do Sobral, em Maceió, e, segundo eles, as agressões não tiveram qualquer motivo. 

Segundo relataram, cerca de 20 alunos do faziam um treinamento na praia quando passaram por um grupo que estava fumando nas pedras do calçadão da praia. Em meio a uma troca de xingamentos, o grupo fugiu, mas os três amigos que estavam próximo continuaram no local.

"A gente estava na praia conversando após uma sessão de fotos. Perto da gente tinha um pessoal que estava fumando, eles passaram e ficaram xingando. Esse grupo ficou zombando, rindo, eles ouviram e partiram para cima da gente. E, mesmo a gente dizendo que não tinha nada a ver com aquilo, apanhamos", disse uma das vítimas em entrevista ao site g1 Alagoas.

Os jovens afirmaram que foram imobilizados pelos PMs em formação e que sofreram todos os tipos de agressão. "Bateram na gente, deram tapa no rosto, meu amigo chegou a ficar desacordado. Eles fizeram essa roda, colocaram a gente dentro pra ninguém da praia ver o que estava acontecendo. Um deles chegou a dizer que estava armado, que não era pra gente olhar senão eles atiravam", disse outro deles.

"Eu tenho uma tatuagem do meu orixá no peito, eles viram e disseram que eu cultuava o satanás. Não respeitaram a minha religião, chamaram de preto, viadinho. Puxaram o meu cabelo, falaram do dreadlock do meu amigo", afirmou outro.

Um inquérito foi instaurado para apurar as denúncias. Cerca de 70 alunos do Curso de Formação de Praças da Polícia Militar devem ser ouvidos na próxima segunda-feira (4), segundo afirmou o delegado Nivaldo Aleixo, em entrevista à TV Gazeta. "Não foram os 70 que espancaram, mas aqueles que realmente os espancaram serão responsabilizados criminalmente", declarou.

O Comando Geral da Polícia Militar de Alagoas disse que não compactua com desvios de conduta, excessos ou agressões praticados por policiais, o que também, segundo a corporação, vale para o Curso de Formação de Praças (CFP).

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp