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MST invade área de pesquisa da Embrapa, sedes do Incra e fazendas em diversos Estados; confira

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Movimento está agindo em uma retomada ao "abril vermelho", que se trata de uma onda de invasões por todo país  |   Bnews - Divulgação Divulgação MST

Publicado em 17/04/2023, às 18h21   Téo Mazzoni


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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu, neste domingo (16), uma área de preservação ambiental e de pesquisas genéticas da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa Semiárido), órgão do governo federal, em Pernambuco. O movimento está agindo em uma retomada ao "abril vermelho", que se trata de uma onda de invasões de terras e prédios públicos no País ao longo do mês. Outras sete propriedades rurais foram invadidas e seguem ocupadas no Estado.

O movimento também ocorreu em outros estados, é o caso das superintendências regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Porto Alegre e em Belo Horizonte. Na capital mineira, os sem-terra estão exigindo o desligamento do superintendente Batmaisterson Schmidt, que foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. No Rio Grande do Sul e Minas Gerais, os prédios públicos seguem ocupados. Ações similares acontecem também em outros locais do Brasil.

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Por meio de nota, o MST afirmou que os atos relembram a morte de 18 sem-terra pela Polícia Militar, em 17 de abril de 1997, em Eldorado dos Carajás, no Pará. Só em Pernambuco foram oito áreas invadidas desde o início do mês - cinco no último fim de semana. Em nota, o movimento diz que estão sendo "ocupadas" terras "que não cumprem a função social da propriedade" e cobra o assentamento de famílias acampadas em todo o País.

A fazenda da Embrapa Semiárido fica em Petrolina, sul de Pernambuco. Segundo a empresa, a invasão aconteceu em terras agriculturáveis e de preservação da caatinga, onde são realizados experimentos e multiplicação de material genético básico de cultivares (sementes e mudas). Há risco de prejuízo às pesquisas para conservação ambiental e de uso sustentável do bioma (caatinga). A área também abriga animais ameaçados de extinção.

Procurado, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) ainda não se pronunciou. Como mostrou o Estadão, nos três primeiros meses do governo Lula, as invasões de terra superaram as ocupações registradas ao longo todo o primeiro ano do governo anterior, de Jair Bolsonaro.

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