BNews Nordeste

Mulher que acusa vereador Domingos Paz de estupro fala pela primeira vez sobre o caso; saiba detalhes

Reprodução
Em dezembro do ano passado, o caso do parlamentar foi denunciado à polícia por três mulheres por crime de assédio sexual e estupro de vulneráveis  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 13/01/2023, às 12h39   Cadastrado por Bruno Guena


FacebookTwitterWhatsApp

A mulher que acusa o vereador de São Luís, Domingos Paz (Podemos) de estupro, resolveu falar sobre o ocorrido. Em dezembro do ano passado, o caso do parlamentar foi denunciado à polícia por três mulheres por crime de assédio sexual e estupro de vulneráveis.

A vítima, de 29 anos, falou pela primeira vez sobre o caso publicamente. Depois da decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), que trancou o inquérito que investigava o vereador pelo suposto crime de atentado ao pudor, ela resolveu contar o que aconteceu.

"Eu tentei cuidar da minha saúde mental, mas é uma ferida que não fecha, sabe? É uma coisa que sempre vai ficar, que eu tenho uma filha, uma menina, e é pela minha família, né? Mas eu decidi gravar essa entrevista, procurar, denunciar, porque em hipótese alguma eu me perdoaria se isso acontecesse com ela", explica ao JM2 da TV Mirante.

Há cerca de 16 anos ocorreram os abusos. A vítima chegou a casa de Domingos quando tinha 12 anos para trabalhar como babá, ajudando a então esposa do parlamentar a cuidar do filho do casal.

"Ele sempre teve muito acesso, né? A nossa casa, a nossa família e tinha um laço de confiança entre a minha família e a dele. Eu comecei a ir na casa dele com esse intuito de ser babá, de ajudar a esposa dele a cuidar do filho dele", conta a vítima.

A mulher conta como iniciaram os primeiros abusos que teriam ocorrido por quase dois anos.

"Começaram as molestações, os toques, os atos libidinosos em meados de 2006. Ele se aproveitou, se aproveitava de oportunidades em que ela não estava, em que a esposa não estava e abusava de mim. Ele pedia inicialmente, começou ali com o sexo oral. Ele pedia que eu fizesse sexo oral nele e eu achava aquilo muito nojento, eu disse que não queria fazer aquilo, mas ele disse que ia fazer, que ele me amava. Na época, eu era uma criança, eu não tinha discernimento do que era certo, do que era errado, do que até que ponto era aquilo", diz a mulher.

Em seguida, a vítima revela que as investidas teriam ficado mais grave. De acordo com ela, o vereador tentou tirar a virgindade dela e a obrigava a fazer sexo anal com ele.

"Já no segundo semestre, de 2006, ele ainda teve a oportunidade de ficar sozinho comigo na casa dele e me forçou a fazer sexo anal com ele. Ele sabia que eu ainda era virgem, que eu ainda era uma criança e que ele não queria tirar minha virgindade, mas ele queria fazer de uma forma que não iria tirar, né? E eu lembro que isso me machucou muito. Eu não gosto de falar sobre isso. Foi uma sensação horrível e era sempre no mesmo lugar, quando a esposa não estava. E eu falei que não queria mais isso, não queria porque machucava, doía. Eu falava que não ia mais frequentar e ele ficava extremamente louco. E lá ele tentou tirar minha virgindade, fazer de fato a conjunção carnal vaginal. E eu lembro que o celular dele tocou, e eu escutei, a esposa dele falando 'vem para casa porque a gente já sabe que tu está aí com ela' [vítima]", desabafa.

Medo de denunciar

Por causa da relação com o vereador Domingos Paz, a família nunca teve coragem de denunciar. "Ninguém teve coragem de denunciar. Ficaram com medo de vergonha, da difamação, vergonha por ser alguém muito próximo", disse a vítima.

Causa da denúncia

Durante entrevista, a vítima disse que resolveu denunciar o caso publicamente depois de tomar conhecimento de outros episódios recentemente.

"A partir do momento em que eu vi as denúncias e soube também, por terceiros, que outras meninas também haviam sido molestadas por ele, e que ele estava usando do próprio cargo, que ele tem hoje, para oferecer como troca de moeda ali, eu fiquei mais incomodada ainda. E eu quis falar isso na delegacia, que não era de agora, isso é de muito tempo, ou seja, 16 anos atrás que eu era sim uma vítima", revela.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp