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Pais de adolescente vítima de estupro coletivo em escola desabafam: 'botaram arma na cara dele'

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A família mudou de cidade com medo das ameaças. Caso é investigado pela Polícia Civil  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Tv Globo

Publicado em 22/07/2022, às 08h40 - Atualizado às 08h50   Redação


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Os pais de um menino de 12 anos foram à polícia denunciar o abuso sofrido pelo filho dentro de uma escola pública do estado, em Recife. A família relatou que as agressões físicas e o estupro coletivo eram realizados por outros alunos. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

De acordo com o G1, o garoto passou a ficar dentro da sala de aula mesmo no intervalo. Mas, isso não impedia a ação dos outros adolescentes. “Eles entravam, jogavam ele no chão e espancavam ele ali, no chão, para ninguém ver. Chegaram ao ponto de levar ele para o banheiro, né? Aí, botaram arma na cara dele. E foi quando três deles seguraram ele e os outros cometeram o abuso”, relatou a mulher.

A mãe do menino desconfiou logo ao perceber sinais de agressão no corpo do menino. Alguns dias depois, ao receber uma ligação de uma pessoa da escola, descobriu que o filho estava fingindo ir a aula já há vários dias sem o conhecimento da família. Ao responder que o filho já tinha dito ter medo de estudar naquela unidade de ensino, a mãe do garoto se surpreendeu com o que ouviu de um representante educacional. "Disseram que era tudo coisa da cabeça dele. Que nada disso era verdade, que eu não desse importância porque era tudo coisa da cabeça dele", recordou.

Diante dos fatos, os pais decidiram trocar o adolescente de escola. "Foi dentro da escola durante o horário de aula e esses alunos chegam até a ser aqueles alunos fora de faixa, que são os que não tem a idade do ano letivo, mas estão cursando e alguns são maiores de idade", disse o advogado da família, Adalberto Barros.

A família do adolescente prestou queixa na Delegacia de Crimes contra Criança e Adolescente (DPCA) em 13 de abril por ameaça e estupro de vulnerável ocorrido um mês antes, em 15 de março. O adolescente também foi levado para fazer exame no Instituto de Medicina Legal (IML). "Ele estava com síndrome do pânico quando ia falar. Estava fazendo uso de medicamento muito forte. Então, está tendo todo um trabalho psicológico, até da delegacia na ouvida especial, para extrair essas informações dele sem machucar tanto a vítima", relatou a defesa.

Traumatizada, a família resolveu mudar de cidade por medo de ameaças.  “Acabou com a vida do meu filho. [...] Eles sabiam onde ele morava, eles ameaçavam toda a família, sabiam o nome da gente", disse a mãe.

Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os nomes do garoto e dos parentes não foram divulgados.

A secretaria de Educação e Esporte disse em nota, que só soube do suposto caso de agressão contra o adolescente em 18 de abril após reunião com o Conselho Tutelar, mas que a gestão da unidade já prestou depoimento no início de julho e que está à disposição para ajudar nos trabalhos da polícia.

Em nota, a Delegacia da Criança e do Adolescente (DPCA) informou que "o inquérito policial será remetido para a Delegacia de Polícia de Atos Infracionais da Criança e do Adolescente, pois durante as diligências foi constatado que os suspeitos do ato são adolescentes. Mais informações não podem ser repassadas no momento".

Também por meio de nota, o Conselho Tutelar do Recife afirmou que teve conhecimento do caso no dia 12 de abril. "Diante dos relatos, o Conselho Tutelar aplicou todas as medidas de proteção cabíveis ao caso, encaminhando o adolescente aos serviços de saúde, educacional e acompanhamento familiar bem como aos órgãos da rede de proteção para as medidas cabíveis ao caso: Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Ministério Público de Pernambuco e Vara de Infância e Juventude", declarou o Conselho Tutelar no texto.

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