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Pesquisadores descobrem osso de dinossauro mais antigo já achado no Nordeste

Pesquisadores da UFPE identificaram dinossauro mais antigo descoberto no nordeste brasileiro - Universidade Federal de Pernambuco
Osso de Dilofossauro encontrado em Ibimirim, no Sertão, pode pertencer a um grupo raro e ajudar a explicar a separação entre os continentes no Período Jurássico.  |   Bnews - Divulgação Pesquisadores da UFPE identificaram dinossauro mais antigo descoberto no nordeste brasileiro - Universidade Federal de Pernambuco

Publicado em 02/07/2022, às 16h48   Redação Bnews


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Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) descobriu, durante uma escavação, ossos de um dilofossauro, próxima à cidade de Ibimirim, no sertão do estado. Recentemente, após análise detalhada do fóssil, foi descoberto que se trata da descoberta mais antiga do nordeste brasileiro.

Os ossos — segmentos de vértebras da cauda do dinossauro — foram medidos e comparados com uma ossada de dilofossauro encontrada nos Estados Unidos, o que mostrou grande semelhança. O animal podia ter até mais de 6 metros de comprimento e pesar 750 kg.

O achado ocorreu em 2019, mas a equipe levou quase três anos para analisar mais detalhadamente a ossada e confirmar o grupo taxonômico e a provável idade do fóssil.

Os ossos foram medidos e comparados com uma ossada de dilofossauro encontrada nos Estados Unidos. Os resultados são muito similares.

UFPE

Os pesquisadores, agora, querem voltar ao local para fazer novas escavações. O objetivo é tentar encontrar novas ossadas que permitam identificar melhor a espécie de dilofossauro ou encontrar novos dinossauros, como registrou o portal G1.

Isso é possível porque o sítio arqueológico era um lago há milhões de anos. Isso significa que os restos de um animal depositados ali não teriam muita chance de escoar ou serem arrastados para outros locais.

"As características do lugar permitiam a preservação dos fósseis. Então, provavelmente o resto daquele animal está ali. A gente pretende voltar e achar mais pedaços. Mas, para isso, é preciso um trabalho muito exaustivo. Temos que fazer trincheira para proteger a área, cavar com cuidado, encontrar os fósseis e levar para análise", explica Leonardo Marinho, doutorando da UFPE que identificou o dinossauro.

O professor Gelson Fambrini, orientador de Leonardo, explica que a maior expectativa é encontrar outros trechos de ossos, como a mandíbula, que tragam novas informações sobre o bicho estudado. "Imagine que você está estudando a pena de um pássaro. Só com a pena, você pode saber que é uma andorinha, mas não que espécie de andorinha", compara.

Pangeia

O avanço da pesquisa pode provar que o animal encontrado pode pertencer a um grupo raro e primitivo, o qual apenas três fósseis similares foram encontrados no mundo: nos Estados Unidos, na Antártica e na África do Sul. Gelson Fambrini, orientador de Leonardo e especialista em geologia, explica que o dinossauro pode ajudar a entender melhor a dinâmica de divisão dos continentes, na Pangeia.

"O rompimento da África com o nosso continente começou no Período Jurássico (de 201,3 milhões a 145 milhões de anos antes de Cristo). A discussão é quando no Jurássico. O fato de que o dinossauro foi encontrado em todos esses locais pode ajudar a entender melhor quando houve essa ruptura", explica Fambrini. Além dos dois, o professor Edison Vicente participou da pesquisa.

Ao mesm veículo, Leonardo Marinho ainda destacou a importância acadêmica da descoberta, sendo o terceiro dinossauro pernambucano, mas o primeiro em solo pernambucano — mencionando os outros dois, um que se encontra na Alemanha e outro no Rio de Janeiro. O pesquisador ainda reconhece a importância da descoberta para estimular outros jovens a seguirem na área da pesquisa

"Achar um dinossauro no Nordeste, principalmente do Jurássico, dá uma visibilidade enorme para o jovem que está lá no Ensino Médio, vê os filmes de Jurassic Park e se pergunta se poderia estudar isso. É uma luz para a paleontologia. E é um sinal de que é possível fazer uma ciência de boa qualidade no Brasil", argumenta o pesquisador.

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