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Servidora pública relata caso de racismo dentro de loja; confira

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De acordo com a vítima de racismo, o segurança ameaçou chamar a polícia  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Vídeo

Publicado em 04/01/2023, às 09h07   Cadastrado por YB



Uma servidora pública do governo de Pernambuco acusou um vigilante de racismo após relatar que ele a perseguiu durante as compras e ainda ameaçou chamar a polícia. Segundo o G1, a vítima, Gilvaneide Araújo, estava na loja que o vigilante trabalha, Casa dos Frios, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

“Eu sou negra, mas não sou ladra”, ressaltou.

Ainda conforme a servidora, o caso foi registrado na delegacia do bairro. O boletim aponta uma ocorrência culposa e consumada.

Responsável pela entidade Casa das Marias, que acolhe pessoas pobres em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, Gilvaneide gravou um vídeo logo depois de sair da loja de alimentos. No vídeo, a mulher relatou em prantos o que tinha ocorrido.

“Eles acharam que eu sou negra, que eu sou negra que eu estava roubando. Que eu queria alguma coisa deles. Eu sofri racismo agora a pouco. Isso não se faz", afirmou.

E continuou: “eu paguei essa água ó, eu paguei essa água, eu paguei R$ 122 lá dentro da loja, eu não queria roubar nada de ninguém não”, declarou.

Na ocasião, a mulher disse que comprou muitas coisas na loja e ia entrar no carro para ir para casa. Contudo, lembrou que precisava comprar água em razão da hipertensão. Quando retornou para a loja, Gilvaneide disse que foi abordada pelo segurança.

“Ele me disse que pegaria a água para mim. Achei uma gentileza da parte dele. Só fui notar o problema quando entrei no carro e o taxista estava revoltado e me alertou. Disse que o segurança estava me perseguindo”, contou.

Diante disso, a funcionária pública decidiu entrar na loja para falar com o segurança. "Eu perguntei o que ele estava fazendo. Disse que o taxista tinha me alertado que ele estava me vigiando na loja. Ele disse, nesse momento, que ia chamar a polícia”, declarou.

A servidora pública disse que ficou indignada e gravou o vídeo. Depois, foi com familiares até a delegacia para prestar queixa. “Eu ia ser presa por causa de uma água de R$ 10. Meus vizinhos estão revoltados também”, afirmou.

O caso foi narrado também pelo taxista Mathias Ferreira. Ele contou que acompanhou “toda a movimentação de perseguição do segurança da loja”.

“Ele ficou de plantão numa postura de autoridade acompanhando toda a movimentação dela. Outros carros chegaram, outros clientes entraram na loja, mas o segurança não parava de acompanhar a minha cliente”, afirmou.

Ferreira disse, ainda, que o segurança “ficava olhando pra ela e também para mim, que sou um homem negro, todo desconfiado”.

O motorista lembrou que quando Gilvaneide estava deixando a loja, “ele veio atrás e ficou olhando a sacola dela de forma muito estranha”.

“Eu me incomodei muito com a atitude desse segurança. Ele ficava olhando a sacola dela o tempo todo. Fomos falar com o segurança e ele disse que ia chamar a polícia para a gente. Eu disse que nós é quem devíamos chamar a polícia porque ele foi racista com a dona Gilvaneide”, declarou.

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