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ASSISTA: Vigilante toma atitude homofóbica ao ver casal se beijando em parque

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O casal de estudantes prestou queixa na delegacia devido ao crime de homofobia  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Vídeo

Publicado em 05/01/2023, às 10h00 - Atualizado às 10h01   Cadastrado por Pedro Moraes


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Um vigilante foi acusado de cometer o crime de homofobia no Parque Treze de Maio, no Centro do Recife, em Pernambuco, na última terça-feira (3). Por causa de um registro gravado, o profissional foi afastado do cargo pela prefeitura na noite desta quarta-feira (4). O fato aconteceu após a ordem do servidor público, que mandou um casal gay parar de se beijar, de acordo com informações publicadas pelo portal g1.

Ainda no vídeo, ele indica que os dois jovens poderiam ficar dentro de “uma sala presos” até “a polícia chegar”. A oficialização do afastamento do vigilante foi publicada nas redes sociais, por volta das 20h30, pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB). 

Ainda conforme o gestor, o funcionário vai ficar ausente dos trabalhos “até que seja concluído o processo administrativo para apurar o caso e tomar as medidas legais”. O vigilante é lotado na Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb)

Homofobia é crime e não cabe no nosso Recife. Hoje, afastamos o servidor da Emlurb envolvido na denúncia ocorrida no Parque 13 de Maio”, escreveu o prefeito, no Twitter.

Atendido por Caio Gomes, de 25 anos, a vítima, que estava com o namorado, que não teve o nome identificado, é estudante da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), relatou que deixou o parque apreensivo, apesar deles não terem o hábito de frequentar o local.  

"Ele disse que as regras do parque proibiam beijos entre dois homens. Ficamos revoltados e questionamos se a atitude seria igual em caso de casal heterossexual. Ele disse que chamaria mais guardas e a gente iria para a delegacia", contou Caio, em entrevista à publicação.

Eles então fizeram um boletim de ocorrência pela internet, onde denunciaram o servidor pelo crime de homofobia. No registro policial, o fato conta como "constrangimento ilegal doloso consumado". Ainda conforme o estudante, um suposto policial, que apareceu no local, relatou que eles "estavam errados". 

"Fomos expulsos do parque. O mais revoltante e que tinha um casal heterossexual namorando, como a gente, e eles ficaram lá. Foi claro o crime de homofobia", comentou o estudante.

A criminalização da homofobia e da transfobia foi permitida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em decisão de junho de 2019. De modo geral, os ministros consideraram que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais seriam enquadrados no crime de racismo.

Por meio do vídeo, é possível ver um diálogo entre um dos rapazes e o homem. Uniformizado com uma roupa azul com o símbolo da prefeitura do Recife, aparece somente o rosto do servidor público nas imagens. Contudo, o nome do homem não foi publicado.

No começo, a vítima aponta que “o problema não é meu nem dele, se o senhor tem preconceito incubado”. O guarda prontamente justifica: “Não sou contra vocês nem contra sapatão. Recebi uma intimação”.

Após contestações das vítimas e acusações, o suspeito, o guarda deixa o local, sai do enquadramento da câmera e, por fim, faz uma ameaça: “Vou arrodear por aí. Quando voltar, não quero ver os dois se beijando”.

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