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Filhotes de gatos, animais idosos e doentes estão entre os abandonados na pandemia, relata dona de abrigo em Salvador

Fábio Pozzebom / Arquivo / Agência Brasil
Bnews - Divulgação Fábio Pozzebom / Arquivo / Agência Brasil

Publicado em 28/04/2021, às 06h00   Redação BNews


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Após o início da pandemia de covid-19, diversas ONGs, centros de controle de zoonoses e movimentos ligados a causa animal registraram aumento no número de casos de abandonos de cães e gatos. O fato acontece logo após alta procura pela companhia de pets por causa do isolamento social imposto pela crise sanitária.

O mesmo relato é reforçado pela administradora Constança Costa, fundadora do Doce Lar, um abrigo para cães e gatos localizado em Salvador. Ao BNews, ela avalia que o percentual de abandono aumentou cerca de 40% na pandemia.

“A gente está com uma demanda maior por causa desse aumento de casos de abandono. São animais idosos, outros com cinomose, caixas de gatos. Fora as pessoas que pedem ajuda porque são carentes e não têm como manter o animal. Infelizmente, sempre tem abandono mas aumentou muito com pandemia”, relata.

Apesar do cenário, Constança reforça a adoção responsável de animais. Ela argumenta que a pandemia tornou-se um momento oportuno na adaptação do um pet em um novo lar. “Muita gente tem visto a importância de um animal para a própria companhia. É uma reflexão boa e eu acho que não vai mudar com a pandemia. Muita gente boa queria adotar e não tinha tempo. Agora elas podem porque estão estudando e trabalhando em casa. Dá para o animal se adaptar melhor. E quando a pandemia passar, já houve o tempo de adaptação”, explica.

Doce Lar
Atualmente, 400 cães e 70 gatos moram no Doce Lar. Em 20 anos de existência, foram já foram doados cerca de 7 mil animais. O processo de adoção é bastante burocrático, justamente para dificultar a adoção irresponsável do pet. “A grande maioria não libera... A gente faz unas 30 entrevistas e cinco ficam entre bons candidatos. Entre os perfis dos não aprovados estão menores de idade; a mulher quer, mas o marido não; a situação financeira é complicada; o apartamento pequeno”, explica Constança.

Mesmo depois de aprovado, o novo tutor será acompanhado por alguns meses pela entidade. Apesar do processo rígido antes de levar o pet para casa, a taxa de volta do animal já foi de cerca de 20% por não adaptação da família ou vice-versa. Com essa entrevista bastante criteriosa que a gente faz, essa taxa foi para 10%”, detalha.

O abrigo não recebe nenhuma ajuda pública, por isso, segundo Constança, toda ajuda é bem-vinda. “A gente rala muito para pagar todas as despesas. Aqui é um lugar muito prazeroso é um perfil diferente de abrigo. Tem um jardim grande, a gente dá ração super premium. A gente aceita jornais, lençóis usados. Resto de medicamentos. Tudo para a gente serve”, diz.

Além disso, o abrigo também promove alguns eventos e mantém uma lojinha de artigos para pagar as contas. “A gente já fez bailinho de Carnaval, exceto na pandemia. Usamos o máximo que podemos de criatividade para manter nosso abrigo”, relata.

Quer ajudar ou conhecer o trabalho desenvolvido pelo Doce Lar? Clique aqui.

Classificação Indicativa: Livre

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