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Setor de medicamentos para cães e gatos pode fechar o ano com um faturamento de R$ 5.8 bilhões

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Estimativa é que setor de medicamentos para cães e gatos cresça dentro da sua base histórica de 15 a 18% neste ano.  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Freepik

Publicado em 19/08/2021, às 18h00   Redação BNews


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A estimativa do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), é que o setor de medicamentos para cães e gatos cresça dentro da sua base histórica de 15 a 18% nesse ano. A previsão para 2021 é que o chamado “mercado pet” de medicamentos feche o ano com um faturamento aproximado de R$ 5.8 bilhões.

Segundo a pesquisa Radar Pet 2021, o período de isolamento trouxe um aumento de 30% no número de animais presentes nos lares brasileiros. Esse crescimento da população animal e a preocupação dos proprietários com seus animais de estimação fez com que o mercado pet tivesse um faturamento bruto de R$ 5 bilhões em 2020, valor 15% superior ao ano anterior.

Além disso, no último ano, todas as categorias de produtos pet tiveram crescimento expressivo, com destaque para ectoparasiticidas (18%), produtos terapêuticos (24%), vacinas (21%) e produtos dermatológicos (10%). A comissão também observou que houve um aumento de 31% e 28% nos gastos com medicamentos para cães e gatos, respectivamente, e 74% de aumento das compras online de remédios.

O segmento brasileiro se tornou o segundo maior do mundo. Esse crescimento deve continuar a todo vapor nos próximos anos. Segundo previsões da Comac, a estimativa é que o setor de medicamentos cresça dentro da sua base histórica de 15 a 18%, o que corresponde a quase o dobro do crescimento mundial de 2020, que foi de 6,1%.

Além disso, o setor médico-veterinário está muito otimista com sua perspectiva de recuperação, já que, segundo a pesquisa Radar Pet, cerca de 11% dos profissionais afirmaram que a pandemia não afetou seu negócio. E, ainda, 29% acreditam que dentro da perspectiva do mercado, ele já reestabeleceu o patamar de clientela e atendimento que se tinha antes da pandemia, e 19% acreditam que falta pouco para isso acontecer.

De acordo com a pesquisa Radar Pet 2021 da Comac, durante a pandemia os animais de estimação começaram a ser enxergados ainda mais como um filho ou um membro da família. Por conta disso, as pessoas começaram a prestar mais atenção na saúde e bem-estar dos cães e gatos, aumentando os seus gastos com medicamentos, consultas, alimentação, acessórios, brinquedos etc.

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A pandemia também influenciou negativamente a indústria de produtos para animais de estimação. Um dos principais motivos é a alta dos preços médios de matérias-primas. Para as companhias do segmento, a alta foi de mais de 40%, no primeiro trimestre deste ano, em ingredientes básicos como as farinhas de carne e de vísceras, arroz, soja, trigo, óleo de frango, etc. Já itens como milho tiveram aumento superior a 50%. Proteínas de origem animal atingiram mais de 160% de aumento.

Apesar do faturamento estimado em R$ 31,8 bilhões, crescimento de 17,8% em relação a 2020, o balanço geral é de que o segmento industrial tem sofrido prejuízos, mesmo levando em conta a produção de outros itens, como medicamentos e acessórios para animais de estimação.

O alimento completo industrializado (pet food) representa 76% da receita (R$ 24,3 bilhões); produtos veterinários (pet vet), 17% (R$ 5,3 bilhões) e produtos de higiene e bem-estar animal (pet care), 7% ou R$ 2,2 bilhões. Os dados não levam em conta as movimentações de serviços gerais, serviços veterinários e venda de animais.

Isoladamente, as projeções indicam que o faturamento de pet food crescerá 19,8% entre as demais indústrias do setor. Mas a defasagem é de cerca de 20% em relação aos gastos da indústria, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), ou seja, o saldo para os fabricantes de alimento é negativo.

O primeiro trimestre deste ano mostrou recuo na produção de alimentos quando comparamos com o último trimestre do ano anterior que, historicamente é um período de menor produção para o setor. Mesmo com o aumento previsto de 7,5% na produção em 2021, chegando a 3,41 milhões de toneladas, os custos pressionam muito o setor. Em 2020 o número foi de 3,17 milhões de toneladas, crescimento de 11% em relação ao ano anterior. A previsão é de um ano com grandes desafios e com uma balança de custos elevada e ainda desequilibrada. O segmento de pet care deve crescer em torno de 10% e o pet vet, 12%.

Apesar dos gargalos, um dos elementos que mantiveram a demanda alta foi o fato de o setor ter sido declarado como essencial durante a pandemia em 2020. Por conta disso, as indústrias seguiram funcionando, e observando, rigorosamente, os protocolos sanitários. Nas ruas, os pet shops permaneceram abertos, oferecendo à população itens de primeira necessidade como pet food e artigos de higiene para animais de estimação.

Outra ameaça foi a falta de embalagens para a produção de produtos para animais de estimação. A escassez do insumo afetou todos os setores da indústria em 2020 e o cenário continua nebuloso nesse início de ano e o setor pet não ficou de fora das instabilidades vividas no país, mas manteve os esforços para mitigar os desafios e gerar bons resultados.

A variação alia-se à mudança de hábitos de compra do consumidor, que migra de uma linha premium para uma básica, configurando assim a desaceleração do segmento pet em função do cenário econômico atual. A carga tributária incidindo sobre o setor que corresponde a 51,2% (para pet food, produto mais procurado, é 54,2% sob o valor total), fazendo com que o crescimento real do setor seja baixo ou mantenha a indústria estagnada.

As exportações pet somaram mais de US$ 80 milhões no 1º trimestre de 2021. Pet food foi responsável por 94,26% de todo o valor exportado pelo setor, de acordo com o Ministério da Economia. Pet care foi responsável por 3,60%. Produtos veterinários representaram 0,13% das exportações, e a comercialização de animais vivos, 2,01%. O crescimento foi de 34% em relação às exportações no mesmo período de 2020, é importante ressaltar que a alta da moeda americana em 2021 impactou muito no crescimento apresentado.

As importações brasileiras chegaram a 4,24 milhões no primeiro trimestre de 2021 e esse valor correspondeu ao dobro do valor importado no mesmo período do ano anterior.

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