Cenas de violência parecem não terem fim na vida da manicure, Claudijane Miranda dos Santos, 38 anos, que perdeu para o tráfico, na última quarta-feira (12), seu último dos três filhos. Durante o velório do caçula, Renê Miranda dos Santos, 18, morto a tiros por uma suposta dívida de drogas, Claudijane foi recebida com ofensas e agressões pela família paterna de Renê, precisando deixar o local antes de mesmo do seu filho ser enterrado.
Ao chegar no velório do caçula, a manicure foi recebida com gritos de ofensa pela família paterna de Renê. As tias e o avô do rapaz se incomodaram com a chegada de repórteres no local e atribuíram a presença da imprensa a Claudijane. Uma irmã do pai de Renê - Ronaldo dos Santos, que, segundo ela, não estava presente - deu um soco no rosto da manicure, assim que a mesma se debruçou sobre o caixão, aos prantos: “Ela bateu no meu ouvido e eu caí em cima do caixão. É muita falta de respeito. Eu sou a mãe”, disse Claudijane.
Amigas e parentes da mãe de Renê a defenderam e o tumulto foi generalizado. “O avô dele foi para me enforcar e uma senhora tirou ele de cima de mim”, contou a estudante Rafaela Miranda, 14, prima de Renê. Uma amiga de Claudijane também foi agredida e saiu do cemitério em seguida. No meio da confusão, o caixão quase foi derrubado. “Tive que segurar”, disse Rafaela. Segundo a estudante, a família paterna é evangélica e culpa a manicure pela entrada dos filhos no mundo do crime: “Eles dizem que ela morava com bandidos e por isso os filhos foram para o mau caminho”.
