Polícia

Dupla que matou e torturou jovens em Buraquinho é apresentada na 23ª DT

Publicado em 27/06/2015, às 08h50   Tiago Di Araujo (twitter: @tiagodiaraujo)


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Foram apresentados na manhã desta sexta-feira (26), na 23ª Delegacia Territorial (DT), em Lauro de Freitas, Romário Santana da Silva, de 21 anos, conhecido como "Romarinho", e Jeferson Jesus Carvalho, 23 anos, conhecido como Leôncio. Eles foram presos após o homicídio quadruplamente qualificado de Ingrid Leal Mendes e tentativa de homicídio de Nayara Maria de Melo, no dia 26 de abril, em uma localidade próxima à praia de Buraquinho.
De acordo com o delegado titular da 23ª DT, Joelson dos Santos Reis, para assassinar, torturar e estuprar as jovens, a dupla contou com a ajuda de um adolescente (D.S.R.) de 17 anos, conhecido como Índio, que foi apreendido em menos de um mês após o crime e encaminhado para o Centro de Atendimento Sócio-Educativo (CASE), em Salvador. 
Motivação 
De acordo com o delegado, o principal motivo do crime de Ingrid é uma possível traição da jovem ao seu namorado Romário. Segundo o acusado, Ingrid teria reatado o relacionamento com o ex-namorado, que era traficante da região de Camaçari, e estaria planejando a sua morte por conta de uma dívida de drogas, o que motivou sua fuga para Portão, em Lauro de Freitas. 
Alguns meses após a fuga, Romário voltou a se aproximar de Ingrid, já com a intenção de matá-la, e convenceu a jovem a reatar o namoro. Paralelamente, o acusado encomendou com o menor (Índio) o assassinato da jovem. 
Crime
No dia 26 de abril, de acordo com as informações constadas nos autos, Romário com o carro do pai e mais um amigo, recebeu uma ligação de Ingrid para ir buscá-la em Lauro de Freitas, onde estava com Nayara. Após pegá-las, os quatro marcaram de sair à noite. Com isso, as jovens foram deixadas em uma lanchonete em Portão e o amigo de Romário em casa para tomar banho. 
Segundo o acusado, enquanto aguardava o amigo, ele foi abordado por Jeferson e Índio, que estavam ao telefone com o líder do tráfico na região, Jackson Santos, conhecido como Babidi, que teria ordenado a morte das meninas, por residirem em um área da facção rival. 
Com a possível ordem, Romário, Índio e Jeferson levaram as jovens para a Rua Pequena, próxima à praia de Buraquinho, onde foi efetuado a execução e tortura das vítimas. O adolescente confessou a autoria dos disparos, juntamente com Jeferson. Segundo os autos, Ingrid foi atingida por oito tiros e Nayara por sete, além de serem queimadas por cigarro, agredidas e degoladas. Além disso, os corpos foram encontrados com sinais de violência sexual, onde os exames foram realizados, mas os resultados ainda não foram divulgados. 
Apesar da tortura, Nayara resistiu aos ferimentos e foi encaminhada para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde ficou por 15 dias em coma e permanece internada por dois meses. 
Prisão
De acordo com a polícia, Romário Santana da Silva, que estava escondido na casa dos avôs, foi preso no dia 26 de maio na localidade conhecida como Água Fria, em Riachão do Jacuípe. Já Jeferson foi preso no dia 8 de junho, no bairro de Portão, em Lauro de Freitas. 
Vítimas
De acordo com o delegado, Ingrid já tinha passagem pela Polícia por tráfico de drogas, quando foi presa em junho de 2012, com mais dois jovens, portando materiais para a produção de cocaína, que seria comercializada na cidade de Camaçari. Já Nayara era natural de Recife e não tinha nenhum desvio de conduta. 
Familiares
Durante a apresentação dos criminosos, as mães das vítimas estiveram presentes na Delegacia. Vestindo a camisa com a foto da filha e acompanhada de outros familiares, Josevalda Souto Leal, mãe de Ingrid, tentou agredir Romário e desabafou. "Eu nunca concordei com o namoro dela com ele. Fiz tudo que tinha ao meu alcance para impedir. Mas, minha filha amava ele (Romário) e só gostava do que não presta", disse emocionada. 
Também sem conter as lágrimas, Maria dos Anjos, mãe de Nayara, afirmou que sua filha saiu de casa para encontrar com a amiga, mas não se envolvia em nada de errado. "Poucos dias antes do crime, Ingrid foi até Recife, eu a vi por lá. Depois, no dia 26, Nayara veio para Salvador, não sei porque, e aconteceu isso", contou ao lembrar do estado da filha internada.
"Minha filha está viva por um milagre. Eu quero ainda mais justiça. Minha filha veio perfeita para Salvador e vou levá-la para casa cheia de sequelas. Ela está quase sem movimento do lado esquerdo, perna quebrada, braço quebrado, toda ferida", detalhou ao afirmar que Nayara não tem previsão de alta. 
Publicada originalmente dia 26 de junho de 2015

Classificação Indicativa: Livre

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