Polícia

Filho de traficante participou de toque de recolher na Mata Escura, diz polícia

Publicado em 02/06/2016, às 18h54   Brenda Ferreira (Twitter:@bocaonews)


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Três participantes de uma quadrilha envolvida em um suposto toque de recolher no bairro da Mata Escura, em Salvador, foram apresentados nesta quinta-feira (2), na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba. 
Um deles é Lucas dos Santos Barreto, 21 anos, é filho de Ubiratan Nascimento Barreto, o Tampinha, acusado de chefiar o tráfico de drogas na Mata Escura, preso em fevereiro de 2014, por roubo de veículo e solto no final de 2015. Tampinha ainda é investigado por cinco homicídios. 
Junto com Lucas, Danilo Dória Cerqueira, 23 anos, e Emerson Rocha dos Santos, 26 anos, foram presos nesta quarta-feira (1º)  em flagrante em uma residência na Rua Sete de Setembro, na localidade do Ponto 13, por duas equipes da 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central) e da 1ª DH/Atlântico. 
Segundo o delegado Marcelo Sansão, coordenador da 2ª DH/Central, com os três foram encontrados um revólver calibre 38, uma pistola 380, seis pinos de cocaína, quatro pedras de crack e uma caderneta com anotações do tráfico.
Conforme o delegado, os acusados responderão por associação para o tráfico, porte ilegal de arma, já que eram de uso restrito da polícia e Lucas, por corrupção ativa, já que ele ofereceu a quantia de R$100 mil aos policiais para a não apresentação dos suspeitos na delegacia.
O delegado ainda disse em coletiva, na tarde desta quinta (2), que Lucas também é primo do suspeito de tráfico Cristian Sostenis Barreto da Silva, o Ás de Ouro do Baralho do Crime, morto em confronto com PMs, em 24 de maio, na Mata Escura. Além disso, Cristian é apontado como motivo do suposto toque de recolher no bairro. Ele era investigado por sete homicídios e por porte ilegal de arma. 
Lucas não tem passagens pela polícia, mas é suspeito de envolvimento em vários homicídios, todos ligados ao tráfico de drogas. Já Danilo, segundo Sansão, responde por porte de arma e tráfico de drogas. Emerson já foi preso por dano ao patrimônio público, acusado de apedrejar um ônibus.
A Prisão
“Após a suspeita do toque de recolher, a Polícia Militar passou a fazer rondas na região para evitar pânico entre os moradores e prender os suspeitos o mais rápido possível para evitar situações posteriores”, declarou o delegado.
Equipes de investigação das duas delegacias trabalharam para a apreensão do trio. “Nossa equipe conseguiu fazer a identificação dos pontos de fuga para essa prisão ser efetivada, até porque quando chegamos às proximidades, havia a rota de fuga, então para cercar foi necessário um suporte da 1ª e 2ª DH para que pudesse efetivar as prisões e apreensões das armas, das drogas e da caderneta de anotações do Lucas, que identificam a movimentação desta quadrilha no tráfico de drogas”, relatou Marcelo Sansão.
Na noite desta quarta-feira (1º), ainda durante o flagrante, o delegado informou que Lucas estava com uma das armas e confirmou o tráfico. “Ele confessou que a pistola pertencia a ele e que usava para defesa pessoal. Em relação a homicídios, tanto ele quanto os outros dois envolvidos negam a participação, mas nós temos investigações que diretamente os apontam, além de um mandado de prisão em relação a tráfico de drogas contra o filho de Tampinha”. 
Nenhum dos três acusados comentou as acusações durante a coletiva. Todos seguiram para o Núcleo de Prisão em Flagrante (NPF), na Avenida ACM.
Toques de Recolher
Em conversa com o Bocão News, o delegado Marcelo Sansão comentou sobre a ação da polícia com relação a boatos de toques de recolher que vêm se tornando comuns para a população soteropolitana. Ele garantiu ainda que Policiais Militares fazem rondas constantes no bairro da Mata Escura e identificam pessoas que estão ligadas à disseminação dos boatos. E ainda acrescentou: “Já imaginávamos que este toque já poderia estar ligado à morte de Cristian e, consequentemente às pessoas ligadas a ele”. 
O delegado também destacou casos de pessoas que já foram conduzidas à 11ª Delegacia Territorial (DT) por espalhar boatos sobre toques de recolher em outros bairros e autuou os responsáveis. 

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