Polícia

Suspeito de agredir e roubar músico no Rio Vermelho nega envolvimento com caso

Publicado em 14/07/2016, às 08h57   Adelia Felix


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A polícia divulgou nesta quarta-feira (13) que identificou e prendeu o suspeito de roubar e agredir o músico Márcio Cirne de Genário, conhecido como Marte Ventura, na madrugada do último sábado (9), no Rio Vermelho, em Salvador. Wesley da Cruz Nascimento, de 23 anos, foi conduzido à 7ª Delegacia por estar com o celular da vítima. Outro homem, que estava com Wesley, também foi detido. Os dois já foram liberados.
Por meio de rede social, Wesley desabafou: “sou uma pessoa que nunca teve incidentes de brigas de rua, que mesmo assim está sendo acusado de furto e agressão sem motivos ao tal de Marte Ventura, que nunca vi na vida e que nunca me fez mal algum”. 
Ele também relata o que teria ocorrido: “quando eu e um amigo tentávamos ajudar um rapaz que avistamos se debatendo no chão, segundo os amigos sob efeito de algum tipo de droga, enquanto outras pessoas o seguravam. Ofereci uma solução prática de dar água ou o molhar, mas fui surpreendido por Marte Ventura que me agrediu fisicamente e moralmente racista e palavrões [sic] enquanto eu, como ele, queria ajudar o indivíduo. Posteriormente foi controlado por pessoas que o acompanhavam”. 
E continua: “quando fui conversar com o mesmo, pois tinha me machucado com tais agressões, fui surpreendido por um dos seus amigos com um soco que foi revidado imediatamente. Assim como ele, Marte Ventura e mais um amigo se lançaram para cima de mim entrando em confronto corporal que terminou com todos no chão em cima de mim e meu amigo tentando retirá-los por tal covardia”, Ele ainda acrescenta que seu aparelho de celular foi “furtado” por um dos amigos do músico que “participou do confronto e que negou devolve-lo”.
O jovem conta também que na manhã do domingo (10), entrou em contato com a suposta mãe do dono do aparelho e tentou resolver a situação, mas não teve sucesso. “Na segunda-feira (22), vi Marte Ventura em uma rede de TV dizendo que tinha sido agredido e furtado por dois homens, um claro e um negro de black power. Consequentemente fui conduzido à delegacia, onde devolvi o telefone, o chip e o cartão de memória que estavam em minha posse, e até então não devolveram o meu telefone que continua em posse dos tais. Fui reconhecido pelo black power e pelos traços inconfundíveis! Enquanto meu amigo, que estava comigo o tempo inteiro não foi reconhecido. Divulgaram meu nome completo, minha idade e o bairro onde moro e tentam associar o ‘furto e a agressão’ a um assassinato de um rapaz que ocorreu no mesmo dia. Fui indiciado por furto e agressão a um rapaz, Marte Ventura, e segundo a mídia também por homofobia. Sendo que no dia do ocorrido estava com homossexuais, heterossexuais e bissexuais”.
Wesley faz questão de ressaltar que não sente orgulho da briga que teve com o cantor. “Hoje daria tudo para ter saído mais cedo ou mais tarde do Rio Vermelho para que isso nunca tivesse acontecido. Não me sinto bem expondo a vida de uma pessoa que nem conheço, muito menos a minha, mesmo que seja me defendendo. Peço desculpa a ele por estarmos passando por isso, e não é uma forma de me gloriar ou me achar o certinho. Se fosse por mim, tudo já estaria resolvido, quando ao invés de brigar ligassémos para o SAMU ou para polícia, que com certeza eram soluções mais óbvias e maduras. Aí Marte, por mim nada disso teria acontecido”, lamenta. 
Em comunicado divulgado pela assessoria da Polícia Civil, o delegado Antônio Fernando disse que Wesley apresentava lesões no pescoço e na perna, corroborando as informações dadas pelo músico de que entrou em luta corporal com o então assaltante. Wesley foi indiciado em inquérito policial por roubo. A polícia ressalta que até o momento não há elementos que liguem o assalto sofrido pelo músico ao caso do estudante Leonardo Moura, investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
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