Polícia

Caso Unijorge: homem exigiu presença de juiz federal para se entregar

Publicado em 24/07/2016, às 19h58   Redação Bocão News


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Frank Oliveira da Costa, que ameaçou explodir uma bomba no prédio da faculdade Unijorge neste domingo (24), exigiu a presença do juiz federal Durval Neto para se entregar à polícia. O magistrado, em uma rede social, relatou que o jovem esteve no prédio dos Juizados Federais há duas semanas.

De acordo com Neto, Frank se mostrou “visivelmente agressivo”. “Há cerca de duas semanas, eu estava no plantão judicial e esse cidadão esteve no prédio dos Juizados Federais, insistindo em falar com o juiz. Como é de praxe no plantão, solicitei ao diretor de secretaria que descesse para verificar qual seria o pleito de urgência e desse recibo no pedido. Porém o rapaz não falava coisa com coisa, gritava muito, negou-se a entregar sua petição ao diretor e queria a todo custo falar pessoalmente comigo, tendo a segurança barrado o acesso. Liguei então para a portaria e pedi para garantirem a ele que eu iria ler o pedido e que se fosse realmente urgente, despacharia imediatamente no plantão. Quando recebi o expediente dele, vi um texto totalmente desconexo, questionando o exame de ordem e outros pontos que não consegui compreender, mas sem qualquer urgência, até porque o exame ainda seria dali a duas semanas. Diante disso, encaminhei à livre distribuição. Eu soube que o pedido dele está tramitando normalmente”, contou o magistrado.

Ainda no relato, o juiz diz que, na tarde deste domingo,  recebeu um telefonema de um amigo ligado à polícia e que estava acompanhando uma situação de um rapaz que se dizia estar portando explosivos na prova da OAB e exigia a presença de um juiz federal para se entregar. “Preocupado com a situação, já que o garoto ameaçava detonar o explosivo e a polícia especializada estava no local pronta para agir, podendo haver uma morte totalmente desnecessária, aceitei o pedido e a polícia veio me buscar para participar das negociações”, disse o magistrado.

Chegando ao local, o juiz afirmou que foi levado a uma sala onde o coronel Coutinho, comandante do BOPE, que explicou que o homem disse se entregar apenas se um juiz federal assinasse uma "sentença" que ele havia elaborado, para com isso "provar" estar ele apto a exercer a advocacia. “Me foi então apresentado um papel escrito pelo rapaz, de caneta, no qual ele colocou um espaço para assinatura com a indicação "juiz federal". Eu assinei e entreguei minha carteira funcional ao policial, para que o rapaz visse que era um juiz federal realmente ali. Então, o rapaz disse que inclusive tinha sido meu aluno e se entregou logo em seguida”, relatou.

“Quero aqui registrar o meu testemunho de que a todo momento a PM da Bahia (BOPE) mostrou-se profissional e solidária com a preservação da vida humana. Mesmo havendo atiradores de elite postados no local, buscou-se a todo momento negociar com o suspeito e a minha presença lá se deu com esse intento. Felizmente a vida do rapaz foi preservada nessa confusão que ele causou”, concluiu.

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