Ainda na fase inicial de investigações, o duplo homicídio ocorrido no início da tarde de quarta-feira (17), na Rua Paraipaba, no bairro de Cosme de Farias, em Salvador, que vitimou os gêmeos Cézar Sílvio e Sílvio Cézar Carvalho Santos, 45 anos, segue a linha indicada pelos familiares dos irmãos. Na manhã desta quinta-feira (18), a delegada Andréa Ribeiro, coordenadora da Delegacia de Homícidios (DH/Atlântico) falou com a imprensa sobre o crime.
"Estamos buscando elementos que confirmem o que foi passado pela família, mas não temos ainda como afirmar esta vertente", ponderou a delegada.
De acordo com o que foi relatado pela família das vítimas, as mortes estão relacionadas com uma dívida com ciganos na cidade de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Outro irmão de Cézar Sílvio e Sílvio Cézar, Jaílton Santos, que está preso, teria assassinado o cigano Jair Ferraz para se livrar de uma dívida firmada em 2014 de R$ 7 mil, a qual já tinha pago mais de R$ 40 mil. Segundo os familiares, a quantia a ser paga estaria em um total de R$ 122 mil - conforme o valor corrigido pelos credores. Após a morte do cigano, a dívida teria sido deixada de lado sob a promessa de vingança. Além dos gêmeos, outras três pessoas da família já teriam sido mortas pelos ciganos.
Ainda de acordo com a delegada, o material da delegacia de Simões Filho é aguardado para complementar a investigação. Para Andréa Ribeiro, a exposição foi um dos motivos que levou a morte dos irmãos nesta quarta-feira. "Eles se expuseram muito na mídia pedindo apoio", disse.
LINHA DE FRENTE
Sílvio Cézar era advogado e trabalhava na "linha de frente" do caso. Ele foi morto em seu escritório, enquanto que Cézar Sílvio foi baleado em via pública na mesma localidade. Segundo a polícia, ele chegou a procurar abrigo em uma casa, mas foi atingido pelos disparos. O cinegrafista chegou a ser socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos. Os autores do duplo homicídio chegaram no local em uma moto.
Testemunhas apontaram que um veículo dava cobertura à dupla. "Ele chegou no escritório e se passou por cliente. Inventou a história para se aproximar da vítima", disse a coordenadora do DH.
Cézar Sílvio era ex-cinegrafista da Rede Bahia. Atualmente ele trabalhava em Brasília e estava em Salvador de folga, quando aproveitou para visitar os familiares que moram na localidade. "Ele tinha folgas quinzenais. Foi ver o irmão e os outros familiares. Moram todos muito próximos", disse Andréa Ribeiro.
Segundo as informações, a família já havia pedido proteção à polícia, mas a informação não foi confirmada pela delegada.
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