Um aluno, 14, relatou durante entrevista da TV Bahia, nesta segunda-feira (4), que já havia sido surrado mais de 20 vezes, com murros e chutes, por uma gangue formada por seus "colegas" do tradicional Colégio Estadual Úrsula Catharino, onde cursava a 5ª série do Ensino Fundamental.
Segundo o adolescente, para se defender das agressões, ele precisou pagar diariamente a um outro "valentão" do Colégio para fazer a sua proteção na unidade escolar. A gangue que toca o terror com os alunos mais tímidos, tem nome: "Bamor", estampada no caderno dos integrantes que vão de estudantes da 5ª a 8ª série, sendo que o líder é um jovem de 18 anos.
"Se alguém estivesse no recreio, ele (o líder da gangue) trazia para dentro da sala e batia. Sempre batia dentro da sala”, conta a vítima.
Vítima constante de humilhações, o garoto levou para a escola uma faca para a sua proteção e acabou indo parar na diretoria do Colégio. Segundo ainda a entrevista, a unidade escolar já tinha um relátorio com queixas de violência sofridas pelo garoto, mas que descreveu apenas como "brincadeiras agressivas".
Diante de toda a omissão do Colégio, a responsável pelo adolescente, a sua tia, teve que retirá-lo da instituição e dar queixa na polícia. O diretor geral do colégio, Carlos Alberto Andrade da Silva, se defendeu das acusações.
“Em momento algum chegou até a mim, que ele estava sofrendo aquelas agressões. O trabalho tinha que ser feito. Eu achava que não devia ser caso de polícia, eu achava que era mais caso de ordem médica do que polícia”, disse o diretor.
Foto: Reprodução TV Bahia