Polícia

Oito viram réus na primeira ação por terrorismo no Brasil

Publicado em 20/09/2016, às 07h29   Folhapress


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A Justiça Federal do Paraná aceitou nesta segunda (19) a denúncia contra oito suspeitos de planejar um ataque terrorista nos Jogos Olímpicos do Rio, presos na Operação Hashtag. 
O juiz federal Marcos Josegrei da Silva entendeu que há "indícios suficientes de materialidade e autoria" dos fatos investigados. É a primeira ação penal no país baseada na Lei Antiterrorismo, promulgada este ano. 
Os réus irão responder às acusações de promoção e recrutamento de organização terrorista, além de corrupção de menores. As penas variam entre 5 e 30 anos. 
Todos os acusados, que têm entre 19 e 32 anos, estão presos preventivamente numa penitenciária federal em Campo Grande (MS), por decisão da Justiça. 
Os planos eram discutidos pelo aplicativo Telegram e por e-mail, com frequentes apologias ao Estado Islâmico. Ramificado em sete Estados, o grupo começou a ser monitorado em março, depois de a PF receber um alerta do FBI. 
"Não se trata apenas de postagens. Eles aderiram à causa e buscavam que terceiros também aderissem", afirmou o procurador Rafael Brum Miron, que fez a denúncia. 
O grupo cogitou usar armas químicas no ato e contaminar uma estação de abastecimento de água, conforme revelou a Folha de S.Paulo. 
Apesar de os investigados não terem tomado medidas concretas, como a compra de armas ou a estruturação de um plano para um eventual atentado, Miron afirma que a promoção à organização terrorista foi caracterizada pelas mensagens, e que havia risco à ordem pública. 
OUTRO LADO 
Em depoimentos recentes à Polícia Federal, parte dos investigados voltou atrás e disse não apoiar o Estado Islâmico ou concordar com o terrorismo. 
Um dos denunciados (Luís Gustavo de Oliveira) disse que postagens sobre a produção de uma bomba caseira eram "apenas uma brincadeira", e outro (Oziris Azevedo) afirmou que "em nenhum momento passou pela cabeça aderir à convocação para doutrinação e treinamento físico". 
Outro dos denunciados, Levi Fernandes de Jesus, ainda afirmou que o islamismo fez parte de "uma fase de confusão mental", e disse ter se convertido ao cristianismo recentemente. 
A maioria dos presos, porém, permaneceu em silêncio quando perguntada sobre os planos do atentado terrorista ou sua simpatia pelo Estado Islâmico. 

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