Polícia

“Obra não estava isolada”, diz advogado de pescador morto no centro de Salvador

Publicado em 27/12/2016, às 20h18   Tony Silva


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O clima de tristeza se misturou ao de revolta, entre parentes e amigos do pescador, Cláudio de Oliveira Santos, 54 anos, morto na tarde desta terça-feira (27), após ser atingido por uma pedra, que deslocou do viaduto próximo ao Forte de São Pedro, que dá acesso à Avenida Lafayete Coutinho, na Avenida Contorno, no centro de Salvador. Isso porque, segundo os populares e familiares da vítima, o local não estava interditado para pedestres.

Cláudio morava na comunidade de Gamboa de Baixo. Segundo o sobrinho da vítima, Adriano de Jesus Sapucaia, 39 anos, o local onde a vítima morreu, é um dos principais acessos dos moradores daquela região para a Avenida 7. “Ele era uma das pessoas que sempre passam por aqui. Ele passava por esse lugar todos os dias para ir à lotérica, mercado e outros pontos comerciais. Passei mais cedo e não tinha nenhum isolamento para pedestres”, afirma.

A prefeitura de Salvador, através da secretaria municipal de Manutenção (Seman), em nota à imprensa informou que o órgão identificou que o viaduto estava comprometido, inclusive com soltura de material, após um caminhão bater na estrutura, e foi feita sinalização de segurança, incluindo o isolamento de uma faixa de trânsito para evitar que pedestres passassem pelo local. A intervenção foi iniciada nesta terça-feira (27).

Apesar da explicação da Seman, Gabriel da Cunha de Bonfim, advogado da família de Cláudio, afirma que não havia o isolamento necessário na hora do acidente e irá acionar a administração municipal.  Segundo Gabriel, desde quando chegou ao local, ouviu as pessoas e todas disseram que o trânsito de pedestres estava livre, enquanto operários trabalhavam na obra, inclusive com britadeira em cima do viaduto. “Estou colhendo depoimentos e fotos, além de outros elementos comprobatórios, para ingressar com ação de indenização por danos, morais e materiais. Até o momento pelo que se pode avaliar, houve negligência na segurança durante execução da intervenção. Testemunhas disseram que eles utilizaram britadeiras em cima do viaduto”, afirma.

Revoltada, a dona de casa, Elenice de Jesus Santos, 58 anos disse a reportagem do Bocão News que passou pelo local, momentos antes do acidente e os operários autorizaram ela andar pelo mesmo local que Claudio passou. “Eu passei por esse mesmo lugar era 13h40 e tinha homens trabalhando aqui. Eu perguntei se podia passar e eles disseram que sim. Podia ser eu”, comenta a moradora de Gamboa de Baixo, que também disse que os operários foram embora depois do acidente com o pescador.

Cláudio deixa três filhos e uma filha de 11 anos. O corpo foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML), no final da tarde e o caso será investigado pela 1ª Delegacia dos Barris.

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