Polícia

Secretário contesta dados do Anuário de Segurança Pública: "desgaste para a imagem do Estado"

Alberto Maraux/SSP
Maurício Barbosa disse que deve ser questionado por sua produtividade   |   Bnews - Divulgação Alberto Maraux/SSP

Publicado em 31/10/2017, às 17h53   Shizue Miyazono


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O secretário de segurança pública, Maurício Barbosa, recebeu a imprensa na tarde desta terça-feira (31) no Centro de Operações e Inteligência (COI) no Centro Administrativo da Bahia (CAB) para questionar o Anuário de Segurança Pública divulgado pelo Fórum Brasileiro na segunda.

Barbosa explicou que os estados do nordeste foram prejudicados pela forma como foi feita a pesquisa, já que outros estados não adotam as mesmas regras. 

"Isso gera, além de desgaste político, desgaste para a imagem do estado, principalmente aqui no nordeste que sobrevive do turismo", pontuou o secretário.

Apesar de contestar a metodologia usada pelo Fórum, Barbosa afirmou que não é contra o tipo de estudo, mas sim a metodologia usada, e diz que o Brasil carece de pesquisas sobre segurança pública.

Ele afirmou que enquanto a grande maioria dos estados do nordeste informam os números de mortes violentas, alguns de outras regiões não informam auto de resistência e colocam grande parte dos homicídios como morte a investigar, o que altera os dados finais na publicação do anuário.

Barbosa questionou também a informação de que houve redução de %dos investimentos de segurança pública, de cerca de R$ 3 bilhões para R$ 400 milhões. "Se pegarmos a tabela vamos verificar que o dinheiro saiu de uma rubrica orçamentária para outra".

Apesar de não ter respondido a pesquisa, Barbosa não contestou os números apresentados e disse que foram obtidos através da transparência da própria secretaria. Ele negou que o fato de não ter respondido ao questionário tenha sido um protesto, mas disse que não fazia sentido responder já que não concordava com a forma como a pesquisa é feita.

O secretário explicou que deve ser cobrado por sua produtividade e lembrou que os dados da SSP comprovam que a polícia baiana é eficiente. "Estamos prendemos mais pessoas, sim. Em 2016 foram 5.474 armas apreendidas, 20.432 pessoas presas. Vocês sabem quantas mil pessoas temos no nosso sistema prisional? 13 mil, ou seja, em um ano prendemos algo em torno de 27 mil pessoas (prisões em flagrante, mandados de prisão e adolescentes apreendido). Nós prendemos duas vezes o nosso sistema prisional. Mas isso não diminuiu a violência, se nós prendêssemos e resolvesse a criminalidade, nós estávamos bem, mas temos um sistema de leis antiquados, que não se modernizaram do ponto de vista para fornecer a população a sensação de segurança, você vai questionar aos secretários?, finalizou.

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