Polícia

Justiça decreta prisão preventiva de acusado de agredir e matar estudante na Graça

Divulgação/SSP-BA
Edson agrediu Kaíque com soco e chute no rosto, o que causou a morte cerebral do jovem  |   Bnews - Divulgação Divulgação/SSP-BA

Publicado em 15/02/2018, às 16h55   Shizue Miyazono



A Justiça decretou, nesta quinta-feira (15), a prisão preventiva de Edson Rodrigues dos Santos, 26 anos, preso após agredir o estudante Kaíque Abreu, 22, na volta do Carnaval, no bairro da Graça, em Salvador. O juiz Alvaro Marques de Freitas Filho acolheu o pedido do Ministério Público para a garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal. 

O auto de prisão foi apresentado ao Plantão de 1º Grau e Audiência de Custódia do Tribunal de Justiça da Bahia pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), com pedido de prisão preventiva, ontem à noite e apreciado hoje, pelo Núcleo de Prisão e Flagrantes.

Na decisão, o juiz relaxou a prisão em flagrante lavrada pela autoridade policial porque o caso foi registrado no dia 9 de fevereiro e o suspeito preso na manhã de quarta-feira (14), em sua casa, na Capelinha de São Caetano. 

De acordo com o Tribunal de Justiça, a prisão preventiva não tem prazo específico, mas pelo princípio da razoabilidade tem 60 dias para a instrução durante o inquérito penal.

Agressão na Graça

Kaíque Abreu foi agredido por Edson na madrugada de sexta-feira (9) quando voltava sozinho para casa, pois tinha se perdido dos amigos. Na delegacia, o suspeito afirmou que tinha brigado no Carnaval e queria descontar sua ira em alguém, e sua escolha foi aleatória. 

O agressor desferiu um soco contra o rosto do estudante, que caiu e ainda foi atingido com um chute no rosto. Edson entrou em um caminhão, que pertence a um amigo, Bruno Fernando Ribeiro Batista, 30, que estava estacionado na Rua Manoel Barreto e fugiu.

Uma adolescente que passou pelo local minutos depois acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que prestou os primeiros socorros e  encaminhou a vítima para o Hospital Português, onde, dias depois, foi constatado a morte cerebral do jovem.

Na tarde de sexta, familiares do estudante registram a ocorrência na 14ª Delegacia Territorial (DT/Barra) e levaram as imagens da agressão, que ajudaram a polícia a identificar o veículo que Edson usou para sair do local.

Segundo o diretor do DHPP, José Bezerra, após identificar o caminhão, a polícia articulou uma rede de monitoramento e conseguiu chegar ao veículo na quarta-feira à noite, próximo ao local do crime. Bruno, que  também foi identificado pelas imagens como o condutor do veículo no dia do crime, e um adolescente foram conduzidos para o DHPP e contaram que presenciaram o crime. O adolescente foi encaminhado à Delegacia para Adolescente Infrator (DAI), enquanto que Bruno vai responder por omissão de socorro e favorecimento pessoal.

Ainda de acordo com Bezerra, mais dois adolescentes que estavam na companhia de Bruno já foram identificados e serão intimados para prestar depoimento. 

Morte cerebral

A morte cerebral do estudante foi confirmada à imprensa pelo tio de Kaíque, no DHPP, na tarde de quarta-feira (14), poucos minutos após a apresentação de Edson aos jornalistas. Hayro Abreu disse estar indignado com a situação e contou que a família “quer Justiça”. “Foi um crime gratuito, sem explicação, sem motivo”, disse o tio.

O tio de Kaíque afirmou que o estudante passava por protocolo que define a falta de atividade do cérebro e que os aparelhos devem ser desligados ainda nesta sexta-feira. O local e horário do sepultamento ainda serão decididos.

Matérias relacionadas:

"Foi uma fatalidade", afirma agressor de jovem na Graça
Ele tem um perfil violento, afirma delegada sobre agressor de jovem no entorno do circuito Dodô
Imagens de câmeras de segurança ajudaram polícia a identificar agressor de jovem na Graça
Foi um crime gratuito, afirma tio ao confirmar morte cerebral de Kaíque Abreu

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp