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Morte de punk espancado no Pelourinho completa 1 ano e família cobra punição para o agressor

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Segundo a Polícia Civil, investigações estão na fase final; Crime teria motivação ideológica   |   Bnews - Divulgação Reprodução/Facebook

Publicado em 26/11/2018, às 13h00   Vinícius Ribeiro



A morte de Sérgio Augusto Barbosa Filho, mais conhecido como ‘Rato Punk’, de 35 anos, completou 1 ano nesta segunda-feira (26). Espancado por um suposto integrante do movimento Careca, no Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador, no 5 de novembro de 2017, ele não resistiu às lesões e faleceu em casa, em uma manhã de domingo.

Doze meses após o ocorrido, a família da vítima ainda sofre com a falta de punição para o agressor, identificado pelo prenome Lucas Gabriel (à direita na foto acima). “Um ano já e nada de resposta, queremos uma resposta. É uma situação chata, complicada e demorada. Mas a justiça tarda e não falha, e eu estou esperando esta resposta”, disse Suzana Barbosa, 33, irmã da vítima, em conversa com o BNews

"Independentemente de ter a doença ou não, não era o caso dele espancar meu irmão", ressaltou Suzana. O fato de não ter procurado uma unidade de saúde é apontado como agravante para o estado de Sérgio. O caso é investigado pela 13ª Delegacia Territorial (DT/Cajazeiras).

Ao BNews, a Polícia Civil informou, por meio de nota, que as investigações estão na fase final: "Ainda resta um novo quesito a ser respondido pelo perito médico legista, pois o laudo é inconclusivo sobre a causa morte de Sérgio Augusto Barbosa Filho".

Segundo a família de Sérgio, com base em conversas com a delegada Quitéria Maria de Siqueira, um suposto diagnóstico de tuberculose, agravado por uma hemorragia interna causada pelas agressões pode ser o fator pendente para a conclusão do inquérito.

O agressor

Em julho, a 13ª DT informou que Lucas Gabriel seria denunciado ao Ministério Público (MP-BA) pelo crime. Apresentando-se nas redes sociais como integrante do movimento Carecas do Brasil, grupo que defende a ideologias de extrema-direita, o acusado filmou a sessão de espancamento (VEJA VÍDEO). Diante da repercussão da morte de Sérgio, o agressor deletou o perfil no Facebook após sua imagem passar a ser denunciada por amigos da vítima. As fotos compartilhadas do acusado levantaram diversos questionamentos sobre sua postura ideológica. 

Lucas prestou depoimento à delegada Quitéria Maria, mas não tivemos acesso ao teor da oitiva. Amigos, familiares, testemunhas e o dono do bar onde Sérgio trabalhava, na Rua do Paço, no Pelourinho, também foram intimados e ouvidos.      

Amigos prestam homenagens

Em setembro, quando Sérgio faria aniversário de vida, amigos voltaram prestar homenagens nas redes sociais, assim como ocorreu após a notícia da morte. O caso também foi lembrado às vésperas das eleições presidenciais, motivado pelo apoio do acusado ao até então candidato (eleito posteriormente) Jair Bolsonaro – conforme imagem compartilhada nas redes sociais (foto acima).

Muitos se referiam ao crime como o primeiro registrado por motivação político-ideológica em Salvador, antes mesmo do caso Moa do Katendê.

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