Com a prisão de Marceli izidora Pereira, na terça-feira (8), em Feira de Santana, investigadores da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas em Rodovias (Decarga) elucidaram uma tentativa de latrocínio contra o motorista Carlos Eduardo de Sena, que teve 70% do corpo queimado e ficou cego depois de ser brutalmente espancado e baleado na cabeça pelos assaltantes. Também envolvido no crime, o marido de Marceli, Paulo Henrique Lopes, está sendo procurado. A polícia investiga a identidade de um terceiro comparsa.
Segundo informou o delegado João Rodrigo Uzzum, titular da Decarga, o casal foi reconhecido por uma testemunha e também aparece nas imagens gravadas pelo circuito interno de segurança do restaurante do Posto Trevo, no bairro Tomba, em Feira de Santana, onde os bandidos atacaram o caminhoneiro. Marceli e Paulo, que planejavam fugir para Portugal, tiveram suas prisões preventivas decretadas pela juíza Isabella Santos Lago, da 3ª Vara Crime de Feira.
Violência
Em março deste ano, Carlos Eduardo transportava uma carga de cabos elétricos para indústria automotiva, avaliada em R$321mil, quando foi abordado por um dos ladrões que o obrigou a dirigir o caminhão até a BR- 116, em direção a um viaduto que dá acesso à Estrada do Feijão. Neste local, Marceli surgiu com outro comparsa a bordo de um veículo Gol, e depois de obrigar o motorista a desatrelar a carga, os criminosos passaram a agredi-lo.
A violência das coronhadas recebidas na cabeça fez com que Carlos Eduardo tivesse o globo ocular esquerdo rompido. Em seguida, ele foi alvejado com um tiro na nuca, tendo o projétil atravessado a cabeça e saído pelo olho direito provocando então a cegueira completa do motorista. Os bandidos abandonaram o semi reboque com a carga intacta na altura do Km 544 da BR- 116, e levaram o cavalo mecânico até São Gonçalo dos Campos. No entroncamento da cidade de Conceição de Feira os bandidos atearam fogo no veículo e no corpo de Carlos Eduardo.
Mesmo gravemente ferido, Carlos Eduardo conseguiu sair do veículo em chamas, sendo socorrido por prepostos da Polícia Militar que passavam pelo local para o Hospital de Conceição da Feira, e transferido posteriormente para o setor de queimados no Hospital Geral do Estado (HGE). Na unidade hospitalar em Salvador, constatou-se que ele teve 70% do corpo queimado e havia ficado cego.
“Investigamos o paradeiro de Paulo Henrique e a identidade do terceiro assaltante envolvido na tentativa de latrocínio”, informou o delegado João Uzzum. Marceli Izidora Pereira, que teve passaportes em seu nome e no nome do marido apreendidos no imóvel onde vinha residindo, ficará custodiada na carceragem da delegacia especializada.
