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Morte de punk agredido por ‘careca’ no Centro Histórico é investigada pelo MP

Reprodução/Arquivo pessoal
Caso aconteceu em novembro de 2017 e causa do óbito ainda é apurada  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Arquivo pessoal

Publicado em 16/08/2019, às 13h00   Vinícius Ribeiro



O inquérito policial sobre a morte de Sérgio Augusto Barbosa Filho, 35 anos, ocorrida em 5 de novembro de 2017, está sob análise do Ministério Público da Bahia (MP-BA). Formulado pela 13ª Delegacia Territorial (DT/Cajazeiras), o documento chegou a ser enviado anteriormente à Promotoria, mas foi devolvido à unidade para que informações do laudo do exame necroscópico fossem esclarecidas em depoimento pelo perito do Instituto Médico Legal (IML).

De acordo com as assessorias da Polícia Civil e do MP, o perito-médico precisou ser ouvido para explicar a relação das lesões com a morte. Após a oitiva, o inquérito voltou para o MP, onde será analisado pela promotora de Justiça Juliana Varela, que decidirá se o suspeito será ou não denunciado.  

Sérgio, mais conhecido como ‘Rato’, à esquerda na foto acima, morreu 21 dias após ter sido espancado na Baixa dos Sapateiros (JJ Seabra), no Centro Histórico, por um suposto integrante do movimento 'careca'. Conforme registrado na 13ª DT, pela delegada Quitéria Maria de Siqueira, no dia 18 de junho deste ano, o responsável pelo espancamento foi identificado como Lucas Gabriel do Nascimento Lima, que na época tinha 19 anos.

A natureza da infração registrada na delegacia aponta lesão corporal seguida de morte, porém, segundo amigos e familiares, o fato de não buscar atendimento médico teria acentuado o quadro de saúde negativo de Rato. De acordo com o laudo, que o BNEWS teve acesso, o pulmão da vítima apresentava excesso de líquido purulento, enquanto que o comentário médico-forense indica: "Ao exame necroscópico, não foram encontrados sinais macroscópicos externos e internos que apontassem para origem violenta do óbito".

Sérgio morreu em casa, na Fazenda Grande 2, Cajazeiras, em uma manhã de domingo. Conforme informado na delegacia pelo pai da vítima, Sérgio Augusto, logo após acordar o “filho passou mal e veio óbito”. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e constatou a morte.

Careca x punk

Após o ocorrido, a imagem do agressor passou a ser compartilhada nas redes sociais. Na web, Lucas se autodenominava ‘careca’ - grupo que defende ideologias de extrema-direita, contrárias ao anarquismo seguido pelos punks. A divergência ideológica teria motivado o espancamento, ocorrido após a vítima sair do bar Buk Porão, no Pelourinho, onde trabalhava.

Em imagens registradas durante o ataque, o agressor exalta a condição ideológica enquanto xingava a vítima. "Seu punk, filha da puta. Se saia daí, vá, seu punk, filha da puta de merda. Aqui é skinhead (careca), viu!? Filha da puta de merda. Vem pra cá que eu te quebro, anarquista de merda! Filha da puta de merda. Aqui ó, ‘Rato punk’ filha da puta (sic)", repete durante os 30 segundos do vídeo, compartilhado depois em grupos de whatsapp.

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