Deficiente auditivo, sem filhos e sem nenhum contato com os familiares desde a morte da mãe, há quatro anos, um aposentado de prenome Galdino, 68 anos, vinha sendo mantido em cárcere privado por uma ex-empregada conhecida como Ana Lúcia, até ser resgatado, na tarde de sexta-feira (25), por investigadores da Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso (DEATI), na casa dela, situada na Avenida Lima e Silva, na Liberdade.
Interessada no dinheiro da aposentadoria, Ana Lúcia foi surpreendida pelos policiais numa agência bancária, no centro de Salvador, quando aguardava a liberação de um novo cartão de débito do idoso, solicitado à gerência. Galdino havia sumido de sua casa, na Rua Vitor Serra, no bairro Pero Vaz, há quase um mês. Seu desaparecimento foi comunicado à DEATI, que, durante as investigações, conseguiu localizar alguns familiares do aposentado e descobrir o paradeiro de Ana Lúcia. A ex-empregada e uma parente de Galdino foi encaminhada para a sede da DEATI, nos Barris, tendo a familiar levado o aposentado para o bairro de Roma, na Cidade Baixa.
Desde o dia 31 de outubro, Galdino estava vivendo num quarto na casa da ex-empregada, que, segundo apurou a polícia, cuidou da mãe do aposentado até o falecimento. Ao saber do isolamento de Galdino, Ana Lúcia decidiu administrar a aposentadoria dele depois de descobrir que um casal vinha se apropriando do benefício, tendo até adquirido um veículo por meio de empréstimo de R$12 mil contraído em nome da vítima. As identidades do casal, e os nomes completos de Ana Lúcia e Galdino estão sendo mantidos em sigilo, para não atrapalhar o andamento da investigação.
Na sexta-feira, a ex-empregada dirigiu-se à agência bancária onde o idoso é correntista e solicitou o bloqueio do cartão que estava em poder do casal. Desconfiado da atitude de Ana Lúcia, o gerente do banco acionou a equipe da DEATI, antes de providenciar o novo cartão solicitado. A ex-empregada e uma amiga que a acompanhava foram conduzidas à delegacia, onde prestaram depoimento.
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