Polícia

Ministra Eliana Calmon pode trocar CNJ por política na Bahia

Publicado em 26/12/2011, às 14h37   Redação Bocão News


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Em guerra com os juízes, a corregedora Eliana Calmon, do Conselho Nacional de Justiça, denunciou os “bandidos de toga” vem sendo cortejada por partidos. Baiana, ela pode ser alternativa para o Palácio da Ondina em 2014. Neste sábado, no entanto, ela também foi acusada de receber R$ 421 mil em mordomias.


Como corregedora do Conselho Nacional de Justiça, ela comprou brigas pesadas com todos os seus pares, ao denunciar a existência de “bandidos de toga”. Nesta semana, a guerra no Judiciário atingiu seu ponto máximo, com três entidades de classe da magistratura protocolando representações contra a corregedora, a quem acusam de promover uma devassa inédita – segundo os juízes, ela teria pedido dados fiscais e bancários de 270 mil pessoas ligadas à magistratura em todo o País. Além disso, dois ministros do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski e César Peluzo levantaram-se contra os métodos supostamente ilegais de Eliana Calmon.


Ao se defender, Eliana negou ter promovido qualquer tipo de devassa, atacou o corporativismo da sua classe e lembrou que 45% dos juízes não apresentaram sequer suas declarações de Imposto de Renda nos últimos anos. Calmon vem sendo confrontada pelos juízes, recebeu uma crítica neste sábado no jornal “O Globo” do antecessor Gilson Dipp, que critica seu temperamento explosivo, e já é quase “persona non grata” no Judiciário. Além disso, vários ministros do Superior Tribunal de Justiça criticam, intramuros, o comportamento da ex-colega. Enquanto esteve no STJ, Calmon comandou a Operação Navalha, a maior ação da Polícia Federal em toda a sua história, que se amparou em grampos obtidos ilegalmente, sem a devida autorização judicial. Além de ter ordenado a prisão de mais de 80 pessoas, Calmon não permitiu qualquer revisão do processo enquanto esteve no STJ.


O fato, porém, é que ela tem-se tornado uma figura popular diante da opinião pública. Segundo o site Brasil 247, desenha-se a imagem de uma mulher destemida, corajosa e disposta a enfrentar os privilégios de sua própria classe. Portanto, o caminho natural seria a política. Um dos entusiastas desse movimento é o ex-governador da Bahia Waldir Pires, que, em diversas ocasiões, expressou apoio a Eliana Calmon. “Existem desonestos em todos os poderes da República, sim. Sempre existiram. É preciso combater eficazmente a corrupção em todos eles e com a participação da sociedade por inteiro”, disse o ex-governador, numa mensagem encaminhada a Calmon. A corregedora do CNJ vem sendo cortejada tanto por PT, como PMDB, mas, por ora, nega as pretensões políticas.


Calmon não entrou na política, mas já é acusada de favorecimento. Ela vem sendo acusada de receber as mesmas mordomias que denuncia em seus colegas. Reportagem da Folha de S. Paulo deste sábado aponta que ela recebeu R$ 421 mil em pagamentos de auxílio-moradia atrasados. O valor foi pago em três parcelas. Duas (totalizando R$ 226 mil) em 2008 e uma (R$ 195 mil) em setembro deste ano. Esses pagamentos a membros do Judiciário foram fixados em 2000 pelo Supremo Tribunal Federal. A justificativa legal para a decisão foi que era preciso compensar magistrados que desejavam receber o benefício pago a congressistas na década de 90.

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