Polícia

Passageira tem dia de terror após motorista por aplicativo alterar trajeto: 'podia ter me estuprado'

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A vítima procurou a 16ª Delegacia Territorial, na Pituba, onde prestou queixa  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Migalhas

Publicado em 11/08/2020, às 11h40   Márcia Guimarães



Uma simples viagem de Uber que duraria cerca de 15 minutos pode ter traumatizado a advogada Leila Nogueira por uma vida inteira. Ela voltava de uma clínica no bairro do Itaigara, em Salvador, no final da manhã desta segunda-feira (10), quando chamou o carro por aplicativo para deixá-la em casa. 

Durante o trajeto, ela percebeu que o motorista modificou o caminho e, ao alertá-lo, ele teria começado a gritar e a xingá-la. Percebendo que o homem estava muito alterado, começou a orar e ver como poderia fugir do carro.

Quando o motorista ia pegar um caminho sentido BR-324, completamente oposto da casa dela, a advogada ficou com medo que a intenção dele era de sequestrá-la ou estuprá-la. Como o homem fazia manobras muito arriscadas, quase colidiu em um carro que estava parado em frente a um banco. Nesse momento, Leila o alertou sobre o perigo e o condutor resolveu deixá-la no meio da pista sob gritos com os mais variados palavrões.

A advogada saiu correndo abaixada e chorando, com medo que ele pudesse atirar contra ela. Após passar o choque, Leila procurou a 16ª Delegacia Territorial, na Pituba, para prestar queixa contra o agressor. No local, ela descobriu que já há uma queixa contra ele por causa de agressão na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM). 



“Como é que a Uber coloca uma pessoa dessas para conduzir outras pessoas? A segurança pública já não existe e essa empresa mal preparada ainda nos coloca a mercê de um homem desses! Estou traumatizada. Tive que tomar remédio para me acalmar, mas relembro aqueles momentos de terror o tempo todo. Se eu não tivesse ficado alerta o que teria acontecido comigo? Fui sábia, pois se eu tivesse brigado, ele poderia ter se jogado do viaduto com o carro e tudo. Ele parecia um louco”, contou Leila.

Ela pretende entrar com uma ação contra a Uber. Procurada, a empresa afirmou que lamenta o caso e considera inaceitável o uso de qualquer tipo de violência. 

"Esperamos que motoristas parceiros e usuários não se envolvam em brigas e discussões e que contatem imediatamente as autoridades policiais sempre que se sentirem ameaçados. A Uber está à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei", afirmou em nota.

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