Polícia

Caso Henry: Monique diz que foi vítima de "desgraça familiar" e solicita soltura

Tânia Rego/Agência Brasil
A petição apresenta ainda críticas ao fato de Monique não ter sido ouvida novamente na delegacia  |   Bnews - Divulgação Tânia Rego/Agência Brasil

Publicado em 13/06/2021, às 20h11   Redação BNews


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Monique Medeiros da Costa e Silva, mãe de Henry Borel Medeiros, disse em resposta à acusação do Ministério Público, que “envolvida em uma desgraça familiar” que resultou na morte de seu próprio filho, na madrugada de 8 de março.

No documento de 57 páginas encaminhado à juíza Elizabeth Louro Machado, do II Tribunal do Júri, a acusada diz que sempre foi a “maior interessada na solução do trágico acontecimento”, mas que, por viver “intenso momento de luto”, estando vulnerável em uma relação abusiva e violenta com o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), foi orientada a aderir “questionável estratégia defensiva” para proteger o parlamentar, mentindo no depoimento que prestou à Polícia Civil.

De acordo com reportagem do IG, a petição é assinada pelos advogados Hugo dos Santos Novais, Thaise Mattar Assad e Thiago Miranda Minagé. No documento, além de descrever toda sua formação profissional, Monique diz ter residência fixa e fortes laços familiares na região de Bangu e nunca ter se envolvido em “qualquer prática criminosa durante toda sua trajetória de vida”.

Na argumentação, ela explica que com o “restabelecimento de sua liberdade de escolha”, na ocasião de sua prisão, em 8 de abril, conseguiu ter acesso a “advogados constituídos por sua livre e espontânea vontade, frisou sua inocência e informou da extrema e urgente necessidade de contribuir com as investigações policiais e expor toda a verdade que sabia sobre os fatos”.

Ainda de acordo com reportagem do IG, a petição apresenta ainda críticas ao fato de Monique não ter sido ouvida novamente na delegacia. Ela diz que “irá exercer por todos os meios viáveis e cabíveis sua ampla defesa a fim de comprovar que não coadunou, em momento algum, com nenhuma espécie de agressão a Henry, sendo certo que a mais alta, injusta e cruel das penas Monique já recebeu e irá cumprir até o fim de seus dias: a perda prematura de um filho”.

Os advogados dizem que mesmo com as investigações apontando para um “histórico de relacionamentos abusivos e repetições de padrão de comportamento violento contra mulheres e crianças” por parte de Jairinho e da alegada situação de coação sinalizada por ela após ser presa, não houve “interesse” da autoridade policial nem do promotor em sua nova oitiva. “O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou uma vítima que perdeu seu filho como se coautora dos delitos fosse”, diz um trecho do documento.

Monique está presa no Instituto Penal Ismael Silveiro, em Niterói, e Jairinho no Presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido no Complexo de Gericinó, em Bangu. O casal é réu nesse processo por homicídio triplamente qualificado contra Henry e pelos crimes de tortura, coação no curso do processo, fraude processual e falsidade ideológica.

Classificação Indicativa: Livre

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