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Seis funcionários do Atakarejo são indiciados pela morte de tio e sobrinho e 13 pessoas estão foragidas

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As delegadas responsáveis pelo caso explicaram que a participação dos envolvidos foi dividida em núcleos  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Redes Sociais

Publicado em 07/07/2021, às 13h01   Márcia Guimarães


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A Polícia Civil indiciou seis funcionários da rede de supermercados Atakarejo e prendeu quatro por participação nas mortes de Bruno Barros e Yan Barros, tio e sobrinho flagrados após furto de carne na unidade do Nordeste de Amaralina em abril deste ano. Outros seis presos são apontados como traficantes do bairro. Treze pessoas encontram-se foragidas.

Em coletiva nesta quarta-feira (7), a diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Andréa Ribeiro, e a presidente do inquérito, delegada Zaira Pimentel, explicaram que a participação dos envolvidos foi dividida em núcleos: execução (formado pelo chefe do tráfico que ordenou as mortes e por traficantes do Nordeste de Amaralina que cumpriram a ordem), arrebatamento (responsáveis por tirar tio e sobrinho do mercado) e participação indireta (quem estava no supermercado na hora da ação e se omitiu, e os que descartaram e ocultaram os cadáveres).

Dentro da individualização das condutas, haverá as tipificações de homicídio por ação e homicídio por omissão. Ao todo, 23 pessoas foram indiciadas por crimes como homicídio qualificado, omissão de socorro e ocultação de cadáver.
Apesar de 21 mandados de prisão temporária terem sido expedidos, apenas nove foram cumpridos. As delegadas garantiram que as equipes de inteligência estão empenhadas em encontrar os foragidos e entregá-los à Justiça.

Elas destacaram que, no curso da investigação, uma vítima relatou que também passou por situação semelhante no supermercado. Após a oitiva, foi instalado um novo inquérito, que funcionará de forma autônoma em relação ao que investiga as execuções de tio e sobrinho.

As delegadas explicaram que ainda não é possível dizer que o acionamento de traficantes para a punição de pessoas que tentam roubar o Atakarejo seja uma prática de toda a rede de supermercados. No entanto, se aparecerem indícios que apontem nessa direção, o caso poderá ser investigado pelas autoridades competentes. 

“O supermercado está inserido em uma comunidade marcada por conflitos de território, com atuação de facções criminosas. Percebemos que as vítimas são assassinadas por determinação de uma das lideranças do tráfico no Nordeste de Amaralina. Isso ficou muito nítido na investigação. A ordem é dada a partir da liderança, que está com o mandado de prisão em aberto”, explicaram as delegadas. 

Como as vítimas foram retiradas de dentro do mercado, Andréa e Zaira destacaram que, de certa forma, os funcionários do Atakarejo se omitiram na proteção delas e permitiram que fossem levadas, o que é uma espécie de conivência com o crime. 

“Algo que foi apurado e trazido aos autos é que não houve o acionamento dos órgãos de segurança para atender a ocorrência”, lembraram. Ainda não se sabe quem acionou os traficantes, mas diligências estão sendo realizadas para analisar as ligações. As delegadas acrescentaram que terceiros, que não possuem relação com o supermercado e seriam próximos às vítimas, ligaram para o 190 quase duas horas após o crime.

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