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Caso Imbuí: Sete ex-funcionárias registram denúncias contra patroa acusada de manter babá em cárcere

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Mulheres reclamam, também, da falta de pagamento após trabalhar  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Redes Sociais

Publicado em 27/08/2021, às 13h12   Brenda Viana


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Sobe para sete o número de ex-funcionárias que denunciaram a ex-patroa, Melina Esteves França. Ao todo, 11 mulheres confirmaram que sofreram agressões dentro do apartamento em um condomínio de luxo no bairro do Imbuí, em Salvador. A ex-patroa passou seis horas prestando depoimento na delegacia.

As trabalhadoras, em sua maioria, relatam a mesma história de agressões físicas e verbais por parte da patroa. Após uma babá se jogar do terceiro andar do prédio nesta quarta-feira (25), outras ex-funcionárias também passaram a denunciar a mulher na 9ª Delegacia de Polícia/Boca do Rio. 

Durante conversa ao Balanço Geral, da Record TV Itapoan, Taíse, uma ex-funcionária, relatou que foi mantida presa em um quarto do apartamento sendo agredida verbalmente pela patroa. “Ela me levou para o quarto, eu tentei fugir, ela me manteve no quarto me xingando e pegando coisas perfurantes e me torturando dentro da casa”, disse a ex-funcionária.

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Ela ainda completou dizendo que a mulher chamou a polícia, mas tentou reverter a situação a favor dela. 

“Ela própria chamou a polícia e, quando a polícia chegou, eram 18 horas, porque a chave tinha quebrado e ela não conseguiu pegar a chave. Ficamos presas e ela chamou a polícia para sair de vítima. Ela disse que eu tinha roubado o celular e que eu tinha começado a agredir a ela”, falou.

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Além dela, outra ex-empregada, também esteve na delegacia para dar seu depoimento sobre o período que esteve na casa da mulher. Jaciene, que chegou no apartamento para fazer apenas uma faxina, acabou aceitando ficar na casa por um tempo, mas percebeu que não conseguiria permanecer no local e, de acordo com a ex-funcionária, a patroa começou a tortura psicológica.

“Quando eu cheguei, ela me tratou bem, mas quando eu falei que não dava para ficar mais, porque tinha que lavar, cozinhar, passar e ainda arrumar as meninas, era muito trabalho e eu ficava cansada. Aí ela começou a me torturar”, disse durante entrevista à Record.

Jaciene ainda revelou que, durante uma faxina na casa da patroa, encontrou uma arma guardada. Além disso, a ex-empregada não podia falar com ninguém por ligação, porque a mulher se incomodava.  

“Eu vi uma arma lá. Como ela dizia que quem mexesse com ela, poderia se dar mal e ela tinha muito conhecimento, eu acabei ficando com medo de sair de lá”, falou. “Ela só não chegou a me agredir, mas ela manipulava muito. Ela ficava falando das pessoas que passaram por lá, ela falava mal até da pessoa que arrumou o  emprego para mim”, completou.

Uma outra babá, que cuidava das trigêmeas, reforça o comportamento agressivo de Melina, principalmente em relação aos aparelhos celulares. 

“Ela tomou meu celular e quando eu fui tentar pegar meu celular na mão dela, ela começou a gritar e eu fui na casa da minha mãe parar irmos na 12ª para prestar uma queixa. Quando a gente prestou queixa, ela descobriu e foi até a minha casa me ameaçar. Eu tenho o vídeo. Isso tudo aconteceu em 2018, tem vídeo dela me agredindo em palavras, me difamando, falando coisas para mim. Eu tenho uma queixa que foi dada, mas eu não não levei adiante. Eu espero que Justiça seja feita e que ela pague o que for de direito, porque a gente saía na chuva, no sol, eu tenho três filhos e ela não me pagou”.

O caso

Nesta quarta-feira (25), uma jovem de 25 anos se jogou do terceiro andar de um prédio de classe média alta, que fica localizado no bairro do Imbuí, em Salvador, após ser mantida em cárcere privado por Melina Esteves França. 

A vítima, que precisou ser atendida no Hospital Geral do Estado (HGE), fraturou o pé e permanece com hematomas pelo corpo. 

A residência onde as agressões teriam acontecido era repleta de câmeras, o que pode ajudar no trabalho da polícia. A grande repercussão do caso motivou outras três mulheres que teriam trabalhado na casa da acusada a denunciar a ex-patroa. 

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