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Terror no Iperba não foi visto por policiais militares

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Dezenove homens teriam cercado o local para obrigar uma médica a fazer um parto  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 06/08/2012, às 21h18   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



A redação do Bocão News foi surpreendida na tarde desta segunda-feira (6) com uma publicação do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed). Em nota, o sindicato informou que um grupo de 19 homens armados ocuparam a frente do Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba) nesta madrugada para obrigar uma médica, que não quis se identificar,  a fazer um parto em uma moça de nome Ruth Silva Souza, que está em liberdade condicional. No entanto, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP – BA) não confirmou a presença dos homens armados cercando o Iperba, inclusive, quando policiais militares chegaram no local, não foi registrada qualquer confusão.

Em contato com o Bocão News, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou o atendimento à Ruth Silva, que por estar muito agitada, ficou internada na unidade. O parto foi feito no final desta manhã.

Entenda o caso

De acordo com a publicação do Sindimed, Ruth deu entrada na unidade hospitalar por volta das 1h:30 aparentemente em trabalho de parto. Após ser examinada, a médica orientou a espera de mais uma hora, pois, na realidade, a moça estava em pré-parto. A reação de Ruth foi agressiva e ela exigiu que o internamento fosse feito na hora, ameaçando a médica de morte, dizendo que era traficante e que matar alguém, para ela, não custava nada. Ainda de acordo com o sindiato, após alguns minutos os homens armados apareceram para pressionar a equipe médica a fazer o parto. A polícia teria sido chamada e eles fugiram quando avistaram a viatura da polícia militar, gerando uma confusão.


Veja publicação do Sindimed na íntegra:

“Um grupo fortemente armado posicionou-se em frente ao Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba), em Brotas, na madrugada desta segunda-feira (6), ameaçando uma médica da maternidade para que fizesse um parto contra a indicação da profissional. Os momentos tensos vividos por ela e toda a equipe médica chegaram ao conhecimento do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), na manhã desta segunda-feira.

Segundo relato da profissional que – por motivos óbvios -, não quis se identificar, por volta de 1h30, deu entrada na maternidade Ruth Silva Souza, que é presidiária em liberdade condicional, apresentando um quadro de falso trabalho de parto. Após examinada, a paciente foi orientada a permanecer na unidade de saúde para, dali a uma hora, ser novamente avaliada, como é o procedimento padrão em casos de pré-parto.

Reagindo agressivamente à orientação médica, a paciente exigiu internamento para que fosse realizado o parto e agrediu verbalmente a médica, ameaçando-a de morte e dizendo que era traficante em liberdade condicional e que não lhe custava nada matar alguém.

Pouco tempo depois, 19 homens fortemente armados ocuparam a frente da maternidade, ameaçando toda a equipe, exigindo que fosse feito um parto cesariano na paciente. A equipe médica acionou a Polícia, mas, segundo o relato, houve certa demora até a chegada da guarnição, o que aumentou o pânico no local. Somente ao avistarem as viaturas, os homens fugiram. De acordo com o presidente do Sindimed, Francisco Magalhães, outra denúncia de insegurança também foi feita por médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Mãe Hilda, localizado no Largo do Curuzu, na Liberdade. Recentemente, durante um tiroteio em frente à unidade, parte dos envolvidos invadiu o local, causando pânico entre médicos, funcionários e pacientes.

Diante deste quadro de forte insegurança, os médicos do Iperba solicitam mais proteção e um posto policial permanente no local. O Sindimed está encaminhando ofício ao promotor de Justiça Rogério Queiroz, ao secretário de Saúde Jorge Solla, e o secretário de Segurança Maurício Teles Barbosa, solicitando medidas de segurança pessoal para a equipe médica e para a maternidade. De acordo com o presidente do Sindimed, Francisco Magalhães, outra denúncia de insegurança também foi feita por médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Mãe Hilda, localizado no Largo do Curuzu, na Liberdade. Recentemente, durante um tiroteio em frente à unidade, parte dos envolvidos invadiu o local, causando pânico entre médicos, funcionários e pacientes.”



Foto: Divulgação

Matéria postada às 14h45 do dia 06 de agosto


Classificação Indicativa: Livre

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