Polícia

Família pede justiça após dois anos da morte de criança

Imagem Família pede justiça após dois anos da morte de criança
Homem que empurrou a menina de 10 anos na frente do ônibus continua solto   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 16/09/2012, às 15h42   Elena Martinez (Twitter: @ElenaMartinez)



Wallace Lopes dos Santos, de 34 anos, continua solto após dois anos da morte de Andressa Prachedes Araújo, de 10 anos que foi empurrada por ele, em Águas Claras, diante de um ônibus, depois de ter brigado com a companheira,Valdilene Santos de Menezes, de 33 anos, prima da mãe da menina. Wallace foi detido no mesmo dia, 14 de novembro de 2010. A prisão foi decretada pelo juiz Ernani Garcia Rosa, da 2ª Vara Crime do Júri.

Segundo a mãe da garota, Fabiana Alves Prachedes, o assassino da filha ficou preso durante um ano no presídio Lemos de Brito, mas foi solto em novembro de 2011 e cumpre pena em liberdade. “Quero justiça, não é justo que um homem que matou uma menina de 10 anos fique em liberdade”.

De acordo com Fabiana, o homem culpado pela morte de sua filha mora em Cajazeiras VI com a esposa, Valdilene. “Minha prima voltou com ele”, explica a mãe da garota.

Entenda o caso

Wallace Lopes dos Santos, de 32 anos, era namorado da prima da vítima e teria empurrado Andressa Prachedes Araújo diante do ônibus depois de brigar com a companheira, a dona de casa Valdilene Santos Menezes, 31, com quem convivia há seis anos e tinha brigas frequentes.

Wallace saiu correndo da casa onde moravam, na rua Campo Pitanga, em Periperi, e cometeu o crime. Antes, ele ainda chegou a agredir a esposa, atirando nela uma panela com um líquido quente, e esmurrou o enteado de 12 anos, Renan Menezes dos Santos.
Parentes contaram ainda que, por conta das brigas entre o casal, os filhos de Valdilene moravam com a avó, em Águas Claras, e só visitavam a mãe nos finais de semana. “Ele jogou mingau quente no rosto de minha mãe e ainda pegou no meu braço”, detalhou a filha de Valdilene, que tem 9 anos.

A versão contada pela garota foi confirmada pela mãe de Andressa, Fabiana Alves Prachedes, que no momento do crime, tinha atravessado a avenida  para chamar um primo para separar a briga do casal. “Foi tudo muito rápido. Quando eu vi ele estava com a mão no cabelo de minha filha”, reforçou. Após ver a filha atropelada, Fabiana precisou ser atendida no Hospital João Batista Carybé, em Paripe.

Andressa, a mãe e um irmão tinham ido para a casa dos parentes passar o final de semana. Eles retornavam da Praça da Revolução, em Periperi, quando a discussão teve início. De acordo com familiares, Wallace não queria levar as crianças para a praça  e discutiu com a companheira.

Wallace foi detido no mesmo dia, depois do depoimento da sua companheira Valdilene. Em depoimento, Wallace disse que bebeu durante todo o domingo e não lembrava de ter empurrado a garota para a frente do ônibus, acreditando ter somente “batido” na menina.

Segundo testemunhas, o acusado pegou a menina pelos cabelos e a jogou diante de um ônibus na avenida Suburbuna. Os dois viviam na mesma casa no bairro de Coutos. A prisão foi decretada pelo juiz Ernani Garcia Rosa, da 2ª Vara Crime do Júri.

A filha de Valdilene, L. M. S, de apenas 9 anos, relembrou para polícia, com detalhes o momento em que a prima, Andressa Praxedes Araújo, 10 anos, morreu depois de ter sido atropelada por um ônibus. “Apesar da pouca idade e muito abalada, a menina contou que viu quando o padrasto puxou Andressa pelos cabelos e a atirou na avenida Suburbana. Um ônibus, ainda não identificado, atropelou a garota, que morreu no local”, contou o delegado titular da 5ª Delegacia, em Periperi, que investiga o caso, Antônio Carlos Santos.

“Ele veio correndo, puxou minha prima pelo cabelo e jogou debaixo do ônibus. Como ele não conseguiu fazer com minha mãe, ele descontou nela. O corpo dela estava feio, com os ossos tudo quebrado. Ele viu que o ônibus estava vindo”, afirmou a menina, referindo-se ao padrasto, o pintor Wallace Lopes dos Santos, 32 anos.
Wallace é também conhecido como Rai e foi preso em flagrante por policiais militares na madrugada do dia 14 de novembro de 2010.

Vingança

Ao ser ouvida na 5ª Delegacia, Valdilene acusou o companheiro de ter praticado o ato como forma de vingança. Ela confessou também que durante a briga pegou uma faca para se defender. Wallace foi apresentado durante a manhã de ontem e afirmou que não se lembrava de ter puxado a menina pelos cabelos. Mas admitiu que já tinha agredido a esposa outras vezes e que “o problema era a bebida”.

O delegado titular da 5ª Delegacia, em Periperi, que investiga o caso, Antônio Carlos Santos, disse que Wallace é usuário de drogas e já teve passagem pela polícia em 2008, depois que incendiou um veículo próprio.

“Houve uma briga do casal e, ingerindo bebidas alcoólicas, eles foram às vias de fato. Ele realmente agrediu a criança e puxou pelos cabelos. A menina caiu na rua sentada e foi atropelada. O próximo passo vai ser identificar outras pessoas que viram o crime. Foram ouvidas apenas a companheira e um primo. Falta identificar o ônibus que atropelou e o motorista que após ter atropelado a menina, o motorista do ônibus fugiu e não prestou socorro à vítima”, resumiu o delegado.


Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp