Moradores da área nobre sofrem com ação da bandidagem |
Publicado em 16/09/2012, às 12h42 Redação Bocão News
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Sonho de moradia dos soteropolitanos, o bairro da Graça não ostenta mais aquela tranquilidade de outrora. Prova disso são os constantes assaltos e arrombamentos registrados na área de classe média alta de Salvador.
“Que saudade daqueles tempos. Tempos em que andávamos pelas ruas tranquilas e arborizadas. Onde podíamos andar sem medo dos bandidos”, lembra o engenheiro aposentado João Martins Costa, morador antigo que pensa em deixar o bairro com medo da violência. “Hoje os bandidos nos obrigam a circular dentro de carros blindados. Sei que em Salvador todas as áreas estão violentas, por isso penso em mudar para outro estado. Já penso seriamente nisso”, confessa.
Segundo informações de moradores, que preferiram ter a identidade preservada, um crime audacioso foi registrado no último feriadão de Independência. O dia: 7 de Setembro. Endereço: Rua Humberto de Campos. O alvo: Mansão Golden Graça. Vítima: um empresário.
“Os bandidos chegaram em um carro e conseguiram ter acesso ao estacionamento do edifício, que por sinal tem uma ótima segurança. Lá eles conseguiram acessar um apartamento de um empresário e levaram dinheiro, jóias e aparelhos eletrônicos. Eles aproveitaram que os proprietários estavam viajando”, relata um morador.
Para o arquiteto Antônio Jorge Neto o bairro vem se desvalorizando principalmente em função da falta de segurança. “Moro na Humberto de Campos, era uma ótima rua, mas agora é a mais perigosa daqui. Já fui assaltado três vezes quando estava indo fazer o cooper. Por isso agora faço academia e fico triste ao ver o bairro que nasci e cresci nesta situação”, lamenta.
Mesmo com o crescimento imobiliários de outras áreas de Salvador, o bairro da Graça apresenta um dos m2 mais caros da capital: média de R$ 4.054/ m2. A 11ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM Barra/ Graça) é a responsável pelo policiamento da área. “Sempre a polícia passa por aqui, mas os bandidos estão espertos. Eles sabem onde agir e como agir. Não sabemos mais o que fazer”, se desespera um vendedor.
“Esperamos que um dia a Graça volte a ser como sempre foi. Um local bonito, tranquilo e que nos dê a possibilidade de poder passear tranquilos. Sei que esse dia vai chegar”, conta esperançosa a médica aposentada Maria Katarina Gouhter que seguia acompanhada da neta de três anos.
Matéria originalmente publicada às 15h24 do dia 15/09.
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