O assassinato da grávida Letícia , baleada na quinta-feira (13), resultou em um outro crime ainda mais macabro para os moradores do distrito de Ilha de São João Ontem (14).
Enfurecido com a morte da jovem Letícia Souza Nascimento, 20, na quarta-feira (13), Jailton Ribeiro dos Santos, 25, o Da Roça, sequestrou e executou Wilian Nascimento de Souza, 12. Um pedreiro, que foi baleado na perna esquerda e cujo nome é preservado, conseguiu escapar dos bandidos e prestou depoimento na delegacia.
“O menino morreu provavelmente porque encarou os criminosos, que procuravam o algoz de Letícia, amante de Da Roça”, declarou o delegado Sérgio Sotero, da 5ª Delegacia, em Periperi.
O corpo do menino foi encontrado na Estrada da Base Naval, em Salvador. Os corpos de outros dois rapazes, com marcas de tiros, foram achados ontem pela manhã, na Estrada do Derba. A polícia acredita no envolvimento de Da Roça. Eles estavam com as mãos amarradas para trás, a quatro quilômetros do corpo de Wilian. “Pela proximidade e a violência mensurada, acredito que os rapazes foram assassinados pelo Da Roça”, disse Sotero, que acrescentou em seguida que o acusado tem mandado de prisão expedido pela comarca de Simões Filho por homicídio e roubo.
Segundo o delegado, o pedreiro chegava para trabalhar numa obra às 7h. No trajeto, o pedreiro e Wilian, que ganhava um trocado como ajudante, foram surpreendidos por três homens, um deles Da Roça, armado com um revólver. Sem motivo aparente, o amante de Letícia baleou o pedreiro que, mesmo ferido, entrou em luta corporal para tomar a arma, enquanto os outros dois bandidos surravam o menino. Ao perceber que seria assassinado, o pedreiro correu - ele chegou a puxar o garoto, que acabou ficando para trás. Wilian foi arrastado para um matagal. Cerca de uma hora depois, o corpo do menino foi encontrado parcialmente submerso num lamaçal, com tiros na cabeça, na localidade de Porto Sapateiro.
A morte de Letícia, que estava grávida, é apurada na 8ª DP, no Cia. Até ontem policiais não possuíam a identificação dos assassinos e nem o motivo da execução da mulher.
Correio/ Foto Antônio Saturnino
