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Idosa é agredida e violentada no bairro da Pituba

Imagem Idosa é agredida e violentada no bairro da Pituba
Vítima foi abordada no estacionamento do Bompreço e viveu momentos de terror  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 05/06/2013, às 09h41   Alessandro Isabel (Twitter @alesandroisabel)


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Manhã de quinta-feira (30), feriado de Corpus Chisti. Uma idosa de 72 anos colocava as compras em seu carro - que estava parado dentro do estacionamento do Bompreço da Pituba, em Salvador. Um homem aproveitou a oportunidade para se aproximar e abordar a vítima. Daí em diante, o que se seguiu foram relatos de uma hora de torturas psicológicas, agressões, tentativa de violência sexual e de homicídio.

Quem descreve os momentos de terror é a própria vítima, que prefere ser identificada como Rosa e é moradora de um dos bairros mais valorizados da capital baiana: Pituba. Foi nesse mesmo bairro que ela, com seus 72 anos, viveu os minutos mais longos, tensos e dolorosos de sua vida.

Eram 9h da manhã. Dona Rosa chegava em seu veículo, modelo C3, e observou um homem no estacionamento do Bompreço, da rua Ceará, na Pituba. Ela colocou as compras no carro e poucos segundo depois foi abordada pelo acusado, obrigada a entrar no automóvel e a sair do local.

Por minutos, ficou dirigindo pelas ruas próximas ao supermercado até ser obrigada a parar em uma rua deserta. Ela teve relógios, celular, dinheiro, cartões de bancos e senhas subtraídos. Além de roubar, o bandido queria algo mais: violentar a idosa. “ele tentou me beijar à força e eu resisti”, conta dona Rosa. Mas a força da idosa foi quebrada por um soco no olho desferido pelo homem, que aparentava entre 20 e 25 anos.


O primeiro golpe foi só início da sessão de violência. “Fui jogada no banco de trás e ele tentou me estrangular. Lutei por alguns minutos, que pareciam intermináveis, até que ele pegou o cinto de segurança e passou pelo meu pescoço chegando a cortar minha pele e deixar todo meu corpo ensanguentado”, lembra a vítima que desmaiou após a sequência de agressões.

Após tentar tirar a vida da vítima, o homem seguiu em direção à praça Ana Lúcia Magalhães e, já por volta das 10h, jogou o corpo de Dona Rosa em uma vala, levando com ele os pertences e o veículo. “Ele deve ter pensado que eu estava morta. No momento estava descordada e pela violência que ele utilizou não morri por muito pouco”, especulou.

Sem seus óculos, descalças e completamente ‘lavada’ de sangue, Dona Rosa foi retomando os sentidos e conseguiu gritar por socorro. “Foi a cena mais horrenda que já me deparei. Uma pessoa frágil, ensanguentada, caindo aos meus pés pedindo ajuda. Essa foi a imagem que me deparei no meu feriado”, descreve Luis Vieira, primeira pessoa a encontrar com Dona Rosa.

Dona Rosa pedia para ligar para a família e conseguiu falar com um dos filhos, que chegou à Praça com uma guarnição da Polícia Militar. O local em que a vítima foi jogada fica a poucos metros da sede do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) e em frente a um módulo policial desativado da 35ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM). A proximidade da base da Polícia Civil não intimidou o bandido, que até o fechamento da matéria não havia sido preso nem identificado.


Dona Rosa passou por exames no Hospital da Bahia que não constataram nenhum traumatismo, mas terminou apontando lesões na face, pescoço e olhos. O crime segue sendo investigado pela 16ª Delegacia Territorial (DT), da Pituba.

Por meio de nota o Bompreço informou que “está colaborando com as investigações policiais em curso para esclarecer o ocorrido da última quinta (30), quando uma cliente de sua unidade na Pituba foi abordada e levada em seu próprio veículo por um homem no estacionamento da loja”. A empresa ainda informou que a unidade possui sistema de monitoramento por câmeras e as ‘imagens gravadas do incidente’ já estão sendo entregues às autoridades policiais.

Enquanto o crime não é solucionado e o bandido preso, o filho de Dona Rosa desabafa: “espero que esse péssimo exemplo em que viveu a minha mãe não se repita. Nem na Pituba, nem em nenhum outro local. Faltou segurança no Bompreço, faltou segurança no bairro e por pouco não perco uma pessoa querida para a violência de Salvador”.

Nota originalmente postada às 13h do dia 4

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