A Justiça de Santa Maria invalidou na terça-feira (16), o depoimento de nove vítimas indicadas pela assistência da acusação no processo criminal da tragédia da boate Kiss, atingida por um incêndio no dia 27 de janeiro. O acidente causou a morte de 242 pessoas. A decisão é do juiz Ulysses Louzada, responsável pelo processo. O magistrado aceitou o pedido feito pelo advogado Jader Marques, que defende o sócio da boate Elissandro Spohr, um dos quatro réus acusados de homicídio doloso e mais de 600 tentativas de homicídio no processo. Ele alegou irregularidades na indicação dos nomes. A defesa dos réus agora tem prazo de 10 dias para apresentar novos nomes.
Segundo Jader, a assistência de acusação no processo, representada pelo advogado da Associação de Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Jonas Stecca, indicou os nomes dos depoentes antes da defesa, o que não poderia ter sido feito.
Além disso, outro requerimento feito por Jader pediu o registro em ata de que houve prejuízo na “espontaneidade dos depoimentos” de várias vítimas, que teriam se encontrado previamente com Stecca, antes das audiências, no escritório do advogado da AVTSM. Conforme Jader, todos teriam recebido cópias dos depoimentos que deram à Polícia Civil.
Stecca diz que irá notificar o Ministério Público que, se achar válido, poderá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para reaver os depoimentos. Conforme o juiz Louzada, os depoimentos não serão excluídos, apenas serão arquivados e perdem a validade neste momento. As informações são do G1.