Três semanas e três dias. Este é o tempo que marca a morte dos dois irmãos, Emanuel e Emanuelle, ocorrida no dia 11 de outubro, no bairro da Ondina em Salvador. Desde então, o acidente já denunciado pelo Ministério Público como sendo um crime triplamente qualificado, coloca a médica Kátia Vargas como principal acusada pela morte dos jovens. Ela, que está presa há duas semanas, já teve pedido de liminar em caráter de urgência negado pela Justiça após o primeiro advogado dela, Vivaldo Amaral, entrar com habeas corpus.
Amaral deixou o caso na última sexta sem comentar o motivo para se retirar da defesa da oftalmologista.
Já nesta segunda-feira (4), o novo advogado de defesa, Sérgio Habbib conversou, com exclusividade, com o apresentador Zé Eduardo, no Se Liga Bocão da Itapoan FM, e afirmou já ter impetrado um novo pedido de habeas corpus. "Estamos aguardando o julgamento deste habeas corpus que já fiz e está no Tribunal de Justiça", afirmou, ressaltando que "deverse-a aguardar os laudos periciais para que se chegue a uma conclusão. Estou insistindo nesta tecla. O MP elaborou uma denúncia sem a conclusão de uma perícia que é crucial para o desfecho da matéria. Sem conhecimento dessa perícia fica difícil afirmar se o fato aconteceu dessa ou daquela forma. A perícia que foi feita das imagens não é conclusiva porque ela não afirma, nem nega, o que aconteceu devido à má qualidade das imagens e pelo fato da câmara não conseguir alcançar o ponto em que o houve o acidente fatal", explicou.
De acordo com Habbib, o csto choca pelo fato no qual dois jovens perderam a vida, mas "está acontecendo um verdadeiro achismo. Posso afirmar que não existe nehuma prova conclusiva no sentido de dar guarida a estas denúncias contra a doutora Kátia", pontuou.
O carro da médica, bem como a motocicleta de Emanuel vão passar por perícia. O resultado do pedido de habeas corpus sai em até 30 dias. "Ela (Kátia Vargas) foi citada e temos até sexta para apresentar defesa. Estive hoje a tarde com ela e com o marido dela. Ela está muito abalada", contou o advogado.
No dia 25, a promotora de justiça Armênia Cristina Santos, responsável pela denúncia, pediu a reconstituição do crime. Segundo o inquérito policial oriundo da 7ª Delegacia de Polícia, no último dia 11, a médica arremessou o veículo que dirigia contra uma moto pilotada por Emanuel Gomes Dias que trazia na garupa sua irmã Emanuele Gomes Dias, projetando-os contra um poste, resultando na morte instantânea dos irmãos no bairro de Ondina. A ação, explica a promotora de Justiça, caracteriza-se pelo perigo comum, considerando que fora perpetrado em via pública de grande fluxo de veículos e pedestres, próximo de um ponto de ônibus, centro comercial e clínicas com grande movimento no horário. Diante do acidente, o coordenador do Núcleo do Júri (NUJ), promotor de Justiça Nivaldo Aquino, foi designado para acompanhar o Inquérito Policial até a sua conclusão.
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