Polícia

Emoção e revolta marcam enterro de mulher morta na Baixa da Égua

Publicado em 19/03/2011, às 18h36   Patrícia Costa



O corpo de Cláudia Sacramento da Cruz, 38, foi enterrado na tarde deste sábado (19) no Cemitério Campo Santo. O clima era de muita dor e revolta. Familiares da vítima ainda se encontravam em estado de choque e foram amparados pelos amigos, que compareceram em massa para pedir justiça e segurança no bairro.

Segundo vizinhos da vítima, Cláudia foi assassinada com um tiro no tórax na noite de ontem (18), na região da Baixa da Égua, no Engenho Velho da Federação, por supostos traficantes de drogas, identificados como Jau, Alan e Epitacinho,  pertecentes  a uma quadrilha de uma área, conhecida como Lajinha, localizada no final de linha do Engenho Velho da Federação.
De acordo com um dos amigos da vítima, que pediu para não ser identificado, Cláudia havia chegado do trabalho e saiu para comprar pão com o filho menor, de quatro anos, quando, no trajeto, foi surpreendida por três homens que entraram no bairro atirando. Ainda segundo o rapaz, mesmo ferida, ela chegou a puxar o filho para perto dela, em seguida, caiu com o rosto no chão. Ela foi socorrida por amigos até o Hospital Geral do Estado (HGE), mas já chegou sem sinais vitais.

Outra moradora, que também pediu para não ter o nome divulgado, disse que a mulher não tinha envolvimento com o tráfico e morreu sem motivo nenhum. "É mais uma vítima da violência que asssola a cidade. Ela frequentava a Igreja Universal e era uma pessoa muito querida na região", conta bastante emocionada. "A justiça tem qe ser feita. Não podems mais viver assim na impunidade. As pessoas morrem e ficam por isso mesmo", disse. 

Uma outra vizinha da vítima, que estava passando e ouviu a conversa, fez questão de dizer que Cláudia não foi vítima de bala perdida. "No houve troca de tiro coisa nenhuma, como foi divulgado em algumas mídias por aí. Os homens chegaram atirando e acertou a criatura que estava com o filho de quatro anos que viu tudo. Agora virou moda dizer que foi troca de tiro quando alguém é morto", conta revoltada.
Protesto - Munidos de cartazes com as seguintes mensagens: "Autoridades pedimos ajuda para combater a violência nos bairros", "Queremos Justiça!", "Chega de violência. Queremos PAZ!", logo após o enterro, amigos e parentes de Cláudia realizaram uma caminhada para protestar contra a violência nos bairros. Eles interditaram a Rua Caetano Moura e seguiram em direção a Avenida Cardea da Silva. "Queremos solução. Violência não!", clamavam todos durante o percurso. Nenhum dos autores do crime foi preso. 

Fotos: Paulo MAcedo/Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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