Após quatro dias de intervenção policial no Nordeste de Amaralina moradores e comerciantes da região mostram satisfação com o trabalho desempenhado. "A ação foi muito bem desenvolvida. Não atrapalhou a rotina da gente, nem amedrontou as pessoas comuns", diz Kayle L. (30). Mas, será que a midia exagerou sobre as ações criminosas do traficante Camisinha?
Quando questionadas sobre o assunto, as pessoas ainda têm medo de se identificar. Um morador há 36 anos do bairro, relata que não sabia mais o que era tranquilidade na região com a presença do traficante. "Não é exagero, esperavamos há tempo o fim desse bandido. Ninguém queria se envolver em algum problema com o Camisinha", diz outra comerciante local.
Agora a comunidade interroga a questão que não se consegue calar: quanto tempo vai durar essa paz depois que acabar a operação?
Para o senhor Manuel Nascimento (70) ainda é muito cedo para comemorar melhorias na segurança pública da região. “É preciso haver continuidade. Para isso precisamos de uma delegacia operante, o que não temos”, diz o morador e comerciante local.
“Todos aqui esperavam por uma ação dessas. A questão é que a delegacia daqui é uma fachada, fazia vista grossa para esses bandidos. Chego do trabalho a meia noite e não tem um policiamento nas ruas”, desabafa, Kaylane. “Não podemos ficar sem proteção. Quero ver se a delegacia local vai trabalhar ou não”, diz Ailton F.
No balanço dos resultados, a ação garantiu uma imagem positiva. A opinião se distancia da indignação comunitária contra a Polícia Militar no caso da bala perdida que matou o garoto Joel da Conceição (11), em novembro de 2010. “A situação é diferente. Agora a policia fez um trabalho de inteligência, especializado. Não atiravam, nem abordavam moradores do bem. Só espero agora que a paz continue quando a operação acabar”, fala uma comerciante local.
