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“Afirmou que não seria punido ‘porque é branco e rico’”, diz mãe de aluna que teve nude falso divulgado

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De acordo com a mãe, as vítimas e os responsáveis estão preocupados com o uso dessas imagens  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 02/11/2023, às 13h05   Cadastrado por Edvaldo Sales


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Um dos alunos que seria responsável pela divulgação dos nudes falsos de meninas criados através de inteligência artificial teria dito que não seria punido “porque é branco e rico”, segundo a mãe de uma das alunas do Colégio Santo Agostinho da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

Cerca de 25 meninas tiveram imagens editadas e as fotos começaram a ser divulgadas na última sexta-feira (27). “No entanto, não fizeram nada quando souberam. O sentimento é de impunidade. A minha filha descobriu a dela no início da semana. As meninas estão tendo crise de ansiedade e chorando. Elas estão em semana de provas e não conseguem focar nos estudos. Esses alunos continuam na mesma sala delas e elas estão tendo que conviver. Eles tiram sarro da situação. Eu soube que um deles afirmou que não seria punido ‘porque é branco e rico’, então não aconteceria nada. Eles sabem que é errado, são instruídos, mas parecem não temer”, disse a mãe.

De acordo com ela, as vítimas e os responsáveis estão preocupados com o uso dessas imagens em plataformas de conteúdo adulto. A mãe disse ainda que a situação é irreparável e os alunos responsáveis pelo crime deveriam ser expulsos do colégio.

“Na internet nós acabamos perdendo o controle das coisas. Não sei onde essa foto da minha filha foi parar. Ela terá que guardar para sempre o registro de ocorrência. Hoje em dia eles conseguem fazer até vídeos. No futuro, alguém do trabalho dela pode receber alguma gravação ou foto e achar que realmente é ela”, pontuou.

Ela continuou: “Como ela ficará? Ela precisa de provas que mostrem que ela não está vendendo conteúdo adulto ou algo do tipo. Estamos correndo atrás de justiça porque não queremos que as nossas filhas aprendam a ficar caladas nessas situações. Ela, como mulher, precisa e merece ter voz. Essas violações dos corpos femininos não podem ser normalizadas”.

Um inquérito para investigar se alunos do Colégio Santo Agostinho da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, usaram ferramentas para criar nudes falsos de colegas de turma foi instaurado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). As vítimas seriam alunas do 9º ano do ensino fundamental, com idades entre 14 e 16 anos. Procurado, o Colégio Santo Agostinho disse estar apurando os fatos e adotando as medidas previstas no regimento escolar.

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