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Aluno é investigado por desviar R$ 500 mil em república de faculdade

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Desvio de R$ 500 mil em república teve mesmo 'modus-operandi' de aluna da USP  |   Bnews - Divulgação Divulgação/UFOP

Publicado em 21/03/2023, às 15h27   Redação


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Um aluno da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) está sendo investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais por suspeita de ter desviado aproximadamente R$ 500 mil da república onde morava. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo

O estudante de Ciências Econômicas, de 25 anos, teria retirado o valor de duas contas bancárias da República Partenon, uma das mais tradicionais da cidade mineira. O dinheiro vinha sendo juntado pelos alunos desde 2005, com o objetivo de comprar um imóvel que se tornasse a sede fixa da associação.

O rapaz, identificado como Ygor Fernandes Araújo, era tesoureiro da República Partenon e teria começado a desviar o dinheiro em 2021, quando começou na função. Os desvios, no entanto, ocorriam em pequenas quantidades, e os moradores da República só souberam do caso ao serem procurados pelo advogado de Ygor.

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Segundo boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil no último dia 4, a maior parte do dinheiro, cerca de R$ 400 mil, foi desviada durante o Carnaval, "momento em que os membros da república estiveram ocupados com os eventos por eles organizados e não se atinaram para tal ação". O valor total estava distribuído em três contas: duas na Caixa Econômica Federal e uma no Banco do Brasil, a movimentação só era permitida com a assinatura de outro membro da Arpop.

A terceira conta, no Banco Efí (antigo Gerencianet), podia ser movimentada apenas por Ygor, sem precisar da autorização dos demais. Na ocorrência, os moradores da república afirmam que ele realizava transferências dessa conta para outra, de uso pessoal, desde 2021. "Quando foi percebido o desvio, ainda houve uma tentativa por parte dos moradores de bloquear esta terceira conta, mas Ygor já teria transferido este dinheiro para suas contas particulares", diz o boletim.

Em uma notícia-crime enviada ao Ministério Público de Minas, os moradores da república afirmam que a criação desta terceira conta no Banco Efí foi uma sugestão do próprio Ygor, "com o intuito de ser uma plataforma de recebimento do dinheiro de turistas que adquirissem o pacote de carnaval" vendido pela Arpop.

Para transferir os valores das duas contas originais para esta terceira, Ygor precisava da autorização do presidente da associação, Vinícius José Teixeira Souza. Os pedidos para liberação foram feitos "sob argumento de pagar fornecedores e liberar os trâmites da compra da casa", segundo a notícia-crime. No documento, Vinícius alega que "em nenhum momento desconfiou que o dinheiro estava sendo desviado".

Descoberta

Segundo o relato dos moradores da Partenon, Ygor teria saído de Ouro Preto no fim do ano, quando voltou a morar com os pais em Contagem.

Ele seguiu com as funções de tesoureiro à distância, se comunicando com os amigos por redes sociais e telefone. No dia 1º, moradores da república foram procurados por um escritório de advocacia para tratar de questões relativas "à aquisição da nova sede, bem como com relação ao estado de saúde de Ygor para continuar nas funções de tesouraria". 

Segundo os moradores relataram à polícia, os advogados de Ygor disseram que ele teria descoberto um rombo de R$ 17 mil nas finanças da associação ainda em agosto de 2022 e tentou recuperar o valor fazendo "maus investimentos que causaram prejuízo". 

A ação criminosa de Ygor é semelhante a da estudante de Medicina da USP, acusada de ter desviado dinheiro da formatura para "corrigir um rombo nas finanças". Ao olharem os extratos, eles se depararam com as transferências feitas para contas pessoais. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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