Antes de ataque a tiros, mãe de médico baiano deu conselho e vítima tentou tranquilizá-la

O médico Perseu Ribeiro de Almeida, de 33 anos, morto durante um ataque a tiros no Rio de Janeiro, prometeu à sua família que não deixaria o hotel em que se hospedou para participar de um congresso internacional sobre ortopedia. Sua esposa, em especial, estava preocupada com a possibilidade de ele ser vítima da violência na cidade. Perseu foi morto enquanto bebia em um quiosque na companhia de quatro amigos, também médicos, a poucos metros da sua acomodação.

Em entrevista à Record TV Itapoan, após sepultar o corpo do filho, a mãe de Perseu disse que comentou sobre as recorrentes viagens que o ortopedista estava fazendo para participar desses tipos de eventos e fez um alerta para que ele evitasse sair. O médico tentou deixar a mãe mais calma afirmando que havia reservado um quarto no hotel onde aconteceria o congresso e que, portanto, não precisaria se deslocar pela cidade.

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“Ele queria muito ir ao congresso, queria demais, eu falei que ele que estava indo para muitos, mas ele disse que aquele era um evento muito especial, um congresso que só acontece uma vez no ano em cada país e, neste ano, seria aqui no Brasil. Ele era muito estudioso. Perseu devorava conhecimento e queria cada vez mais se aperfeiçoar. Eu pedi para ele não sair, mas ele me pediu para ficar tranquila que, mesmo sendo mais caro, a hospedagem era no hotel em que aconteceria o congresso”, disse Elieda Maria de Almeida Ribeiro, 55.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro diz que Perseu foi morto após ser confundido com o filho de um miliciano e que a aparência física entre os dois foi o fator determinante para a execução. Acredita-se que o verdadeiro alvo dos criminosos estava em outro quiosque, próximo ao que o baiano bebia. No ataque, também foram mortos os médicos Diego Ralf Bomfim, 35, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), e Marcos de Andrade Corsato, 62.