“As jovens têm sido objeto de disputa e o corpo objetificado pelas facções”, diz delegado sobre operação em Salvador

As investigações em torno da execução de Maria Eloísa Santana de Jesus, de 13 anos, ocorrida em agosto deste ano, no bairro da Fazenda Grande do Retiro, em Salvador, mostra a frieza e violência das lideranças do tráfico de drogas na capital baiana. A Polícia Civil efeutou as prisões de envolvimento na morte da adolescente e em outros cimes na manhã desta quarta-feira (4). 

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Em entrevista ao BNews, o delegado José Nelis, que atua na 3ª Delegacia de Homicídios (3ª DH/BTS), contou que as lideranças têm utilizado do seu poderio para cometer feminicídios. “As jovens têm sido objeto de disputa, têm seu corpo objetificado pelas facções e nós percebemos que as ações dessas facções, matando essas mulheres, é que elas passam a ser área de domínio geográfica dessas facções, passam a ser disputadas, entendidas como pertencentes a essas facções”, detalhou o delegado. 

Ainda segundo Neles, essas vítimas não podem conhecer pessoas de outros bairros ou até mesmo atravessar a rua que já passam a ser vítimas de feminicídio.

O delegado disse ainda que todos os envolvidos no crime tinham passagem pela polícia, inclusive alguns deles com liberdade condicional. “Todos com passagem pela polícia e a vida dedicada à criminalidade”, contou Nelis. 

Ainda segundo o investigador, as equipes do DHPP tem tido a percepção de que o motor de toda a criminalidade é o tráfico de drogas. “A nossa missão é chegar à autoria dos crimes, com um serviço de investigação e dá resposta, como foi no caso da morte de Maria Eloísa”, salientou.

“Esses feminicídios são crimes que o nosso DHPP tem efetivamente como crimes que têm prioridades, lógico que todos são relevantes, mas na questão da mulher a gente tem dado atenção especial quando os crimes acontecem na nossa área para dar uma resposta efetiva e rápida”, concluiu.